Neste último ano o tema saúde mental entrou em voga, principalmente sobre burnout, agora reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como doença ocupacional. Ainda neste mês, temos o Janeiro Branco, que visa trazer a conscientização sobre a importância da saúde mental e o emocional na vida das pessoas. Com isso, Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, traz à tona o tema voltado para a carreira, e comenta como a saúde mental também pode influenciar e até comprometer a felicidade do trabalho.
A síndrome de burnout já era conhecida, mas foi com a pandemia de COVID-19 que o tema começou a ser mais explorado e mais sentido pelos profissionais, que na sua maioria, tiveram suas demandas aumentadas e rotinas alteradas. De acordo com o Relatório Mundial de Felicidade 2022 divulgado pela ONU (Organização Nações Unidas) mostrou que a preocupação e o estresse aumentaram 8% em 2020 e 4% em 2021 em comparação com os níveis pré-pandêmicos. E a pandemia também demonstrou a importância crucial do bem-estar na vida das pessoas.
Segundo outra pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, revela que a exaustão tem efeitos dentro e fora do trabalho. Cerca de 83% dos entrevistados relatam que o burnout no trabalho impacta negativamente seus relacionamentos pessoais. E diante desses dados preocupantes, a especialista afirma que quando uma carreira é bem construída auxilia na dinâmica de não adoecer, portanto, esse é um tema muito relevante e que os profissionais precisam se atentar.
“Entendemos que quando o profissional está alinhado com seu objetivo e propósito em sua carreira, ele por si só se sentirá feliz e motivado por sentir estar contribuindo com uma causa que ele acredita, e assim será mais fácil reconhecer seus talentos, e por provavelmente, terá mais saúde financeira. Portanto, uma carreira bem construída traz bem-estar e felicidade por estar alinhada a um propósito maior. Mas por um outro lado, profissionais que não cuidam de sua carreira apresentam mais tendências a desenvolverem problemas de saúde mental, pois podem sofrer mais frustrações e apresentar dificuldades para encontrar um sentido para sua carreira”, comenta Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento.
Felicidade no Trabalho X Saúde Mental
Segundo o Relatório Mundial de Felicidade 2022, o interesse em felicidade e bem-estar aumentou acentuadamente em livros, pesquisas e no número de iniciativas de governo em alguns países. E com isso, conseguimos observar que muitas pessoas começaram a sentir a necessidade de buscar conhecimento para melhorar esse aspecto na vida.
Podemos afirmar que felicidade no trabalho está relacionada ao bem-estar e que para alcançá-la é necessário estar cuidando da saúde mental. Para Rebeca Toyama, sentir que estamos vivenciando nosso propósito é uma excelente fonte de bem-estar e felicidade.
Vale ressaltar que, de modo geral, as pessoas não são alfabetizadas emocionalmente, e tanto as empresas como os próprios profissionais podem e devem investir em treinamentos que ajudem a desenvolver inteligência emocional, que por sua vez, auxilia também a manter a saúde mental em dia, evitando o burnout, por exemplo.
Segundo dados da Microsoft Word Index, a pandemia trouxe para os profissionais a necessidade de cuidar da própria saúde mental e emocional, onde 53% estão mais propensos a priorizar saúde e bem-estar no trabalho, do que antes da pandemia. E de acordo com a CBInsights, o mercado global de aplicativos para saúde mental deve quintuplicar na próxima década em US$30 bilhões, onde existe um crescimento estimado de 17% por ano no período.
“A saúde mental pode ser impactada tanto por questões pessoais quanto profissionais, então, a falta de felicidade pode sim comprometer as relações pessoais e qualidade do trabalho. O alerta está aí, quando o profissional começa a ficar mais recluso e sem disposição para as demandas por conta do cansaço físico e mental e da dificuldade de concentração”, explica a especialista em carreira e comportamento.
Como as empresas podem desenvolver emoções positivas nos colaboradores?
Para Rebeca Toyama, as empresas precisam implantar estratégias e soluções para aumentar o bem-estar e a redução de estresse nos colaboradores, pois o impacto da emoção positiva traz redução de estresse, aumento do bem-estar e da produtividade.
“O bem-estar dos colaboradores precisa ganhar prioridade na agenda dos executivos, também para garantir a sustentabilidade do negócio. As organizações precisam ser mais humanas. Isso é essencial também para os resultados dos negócios. ”, finaliza Rebeca Toyama.
Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, traz 3 dicas para ter uma carreira saudável em 2023, visando a saúde mental e o bem-estar profissional/felicidade no trabalho.
1- Profissionais: Incluam na sua agenda o autocuidado para não comprometerem sua saúde mental e sua carreira;
2- Líderes: Criem um ambiente seguro para que seus colaboradores possam abordar temas relacionados à saúde mental;
3- Empresas: Abraçarem a causa de saúde mental implantando programas e monitorando os indicadores, pois o problema também é nosso e a solução também está nas nossas mãos.
Sobre Rebeca Toyama
Rebeca Toyama é fundadora da ACI - Academia de Competências Integrativas, empresa signatária do Pacto Global da ONU e comprometida com o Movimento Mente em Foco, uma iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil. Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT, da Galícia Educação, da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia. Colaboradora do livro Tratado de Psicologia Transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos.
Fonte: Redação TN com assessoria
Imagem: Freepik
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