Indústria Naval

Um novo estaleiro de US$ 100 milhões em Rio Grande

O grupo norueguês Aker Yards assina protocolo com governo gaúcho para obra que vai gerar 25 mil empregos. O governo gaúcho e o grupo naval norueguês Aker Yards assinaram protocolo de intenção para a construção, em Rio Grande, o maior estaleiro do hemisfério sul - o Aker-Promar.

Gazeta do Brasil
17/05/2004 03:00
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O grupo norueguês Aker Yards assina protocolo com governo gaúcho para obra que vai gerar 25 mil empregos. O governo gaúcho e o grupo naval norueguês Aker Yards assinaram protocolo de intenção para a construção, em Rio Grande, o maior estaleiro do hemisfério sul - o Aker-Promar. A obra está orçada em US$ 100 milhões, contrapartida do estado, e deverá ser concluída até o ano que vem. As obras estão previstas para começar em dois meses.
Serão construídos navios de grande porte, com até 350 metros (500 mil toneladas) e oferecidos serviços de manutenção e reparos, com geração de 5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos.
O estaleiro será construído em três etapas. Na primeira serão investidos US$ 15 milhões. Na segunda fase das obras vão ser construídos o estaleiro e o dique com os dois acessos, sendo um para navios e outro para plataformas. O orçamento previsto é de US$ 30 milhões. A expansão do estaleiro consiste a última etapa da obra.
O presidente do estaleiro Aker-Promar, Paulo Haddad, informou que os primeiros navios que serão construídos custarão cerca de US$ 70 milhões. Com o empreendimento, o grupo norueguês Aker Yards - que possui 19 estaleiros no mundo - pretende conquistar 30% deste mercado no País.

Retorno - "A Aker aposta no Rio Grande do Sul porque o estado dá retorno para quem aposta. É bom para investir", disse o governador Germano Rigotto, após assinar o acordo na última sexta-feira (14/05), lembrando que este caminho é o adotado por empresas como a Votorantim, Schincariol, Softteck e, em breve, a Toyota.
Paulo Haddad enfatizou que "já existe um primeiro compromisso de entregar, no início de 2007, o primeiro navio a ser construído". O dirigente da empresa ressaltou dois motivos determinantes para a opção pelo Rio Grande do Sul: a vocação para atrair investimentos e a mão-de-obra qualificada.

Bacia petrolífera - Lembrou, ainda, que o estado chegou a produzir 20% de todos os produtos de equipamentos náuticos do País mas, infelizmente, a atividade passou por uma crise e agora deve ser retomada.
Rigotto definiu o empreendimento como fundamental não apenas para Rio Grande, Pelotas e São José do Norte, mas para o desenvolvimento de toda a Metade Sul. Citou a importância e abrangência do estaleiro com a criação dos 5 mil novos empregos diretos e mais 20 mil indiretos, além do surgimento de um forte pólo metal-mecânico em torno do estaleiro. "Virão novas empresas e investimentos, aumentando o desenvolvimen-to, emprego e renda da região", enfatizou. Rigotto prevê um cenário ainda melhor para a região em decorrência da fabricação de navios e plataformas de exploração de petróleo.
O governador disse ter sido informado pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, sobre a futura política de produção de petróleo e gás, que vai privilegiar áreas e fronteiras ainda não exploradas. "Na bacia de Pelotas, todos sabem, há gás e, provavelmente, petróleo. Isso significa mais desenvolvimento para a região e para o estado. O investimento da Aker, da indústria metalúrgica e do setor naval são as ferramentas que vão facilitar o que a ministra anunciou", afirmou. "Não há estado no Brasil que esteja atraindo tantos investimentos, desenvolvimento e arrecadação, até para os municípios, como o Rio Grande do Sul", disse Rigotto.

Comemoração - Durante a cerimônia de assinatura do protocolo, na prefeitura de Rio Grande, o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, disse que "a diminuição da angústia do desemprego é que tem que ser comemorada hoje. É uma grande mudança na Metade Sul".
Ponte salientou que o empreendimento aproveita a mão-de-obra local, envolvendo a universidade. Para ele, o importante do investimento é a preocupação com a preservação do meio-ambiente. O prefeito Fábio Branco afirmou que o empreendimento vai "recuperar a auto-estima perdida de uma região de grande potencial".
Segundo o prefeito, "as coisas nunca saíam do papel, precisávamos apenas de uma oportunidade como esta."
O estaleiro Aker/Promar implanta a unidade de produção de grandes navios, de até 350 metros, numa área de 30 hectares pertencente à Bunge Fertilizantes no porto de Rio Grande. No começo de 2007, serão atendidas as encomendas do setor naval, principalmente da Petrobras. As embarcações fabricadas são orçadas entre US$ 60 a US$ 70 milhões. O estaleiro terá um dique seco, uma megaobra de engenharia. Trata-se de um tanque, que, uma vez esvaziado, permite a realização de obras de transformação ou reparos nas embarcações.

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