A União Européia (UE) adotou nesta segunda-feira (26) uma nova rodada de sanções contra o Irã, desta vez dirigidas ao setor de petróleo e gás, estratégico para o país. As novas sanções, que vão além das restrições adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU, em junho passado, são uma resposta dos 27 países do bloco ao programa nuclear iraniano.
Durante encontro em Bruxelas, os ministros concordaram em suspender qualquer novo investimento no setor de gás e petróleo, além de aumentar a vigilância sobre os bancos iranianos, e adotar restrições a vôos de carga.
Fontes diplomáticas afirmam que as medidas são mais duras do que se havia previsto inicialmente.
As companhias europeias serão proibidas de vender para o país equipamentos para a produção e refinamento de petróleo e gás, de investir em projetos nesse setor e de prestar assistência técnica e transferir tecnologia à indústria petrolífera iraniana.
A companhia marítima iraniana, Irisil, fica proibida de operar em águas europeias e os aviões de carga de bandeira iraniana não poderão aterrissar nos aeroportos europeus.
A UE também proibirá a exportação de produtos de possível uso civil-militar e de produtos que podem ser usados para a produção de armas químicas ou biológicas, com exceção dos que são necessários para tratamentos médicos.
As restrições incluem o setor bancário: toda transferência de valores entre 10 mil e 40 mil euros procedente de um país europeu deverá ser notificada às autoridades nacionais. As de valores superiores a 40 mil euros deverão ser previamente autorizadas.
Além disso, as companhias de seguro e instituições financeiras iranianas ficam proibidas de operar em território europeu e se amplia a lista de membros do governo, da Guarda Revolucionária e de empresários do país cujos bens e contas bancárias na Europa serão congelados.
Diplomacia
Ao mesmo tempo em que oficializa novas medidas de represália, a UE também reitera seu convite às autoridades de Teerã para retomar as negociações visando a um acordo que coloque fim às preocupações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear iraniano.
"Nosso objetivo é trazer o Irã de volta à mesa de negociações. Estamos estendendo a mão. Tudo o que eles têm que fazer é aceitá-la", disse o secretário de Estado alemão, Werner Hoyer, ao chegar para a reunião em Bruxelas.
A União Europeia e os Estados Undios desconfiam do programa iraniano que, acreditam, pode ter a finalidade encoberta de desenvolver armas nucleares. O Irã diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Ante o anúncio da iminente decisão europeia, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou no domingo que seu país "reagirá com firmeza às sanções" da UE.