A Transpetro negocia com a Usiminas e a Cosipa a redução do preço do aço utilizado pelos estaleiros que vierem a vencer a licitação para a construção dos 26 petroleiros. A estatal quer comprar o aço pelo preço que a empresa exporta.
RedaçãoA Transpetro - subsidiária da Petrobras para a área de transporte e logística de distribuição de petróleo - deverá iniciar, nos próximos dias, uma negociação com as duas maiores siderúrgicas brasileiras, Usiminas e Cosipa, para reduzir o preço do aço a ser utilizado pelos estaleiros que vierem a vencer a licitação para a construção de navios petroleiros.
Faz parte dessa disputa o consórcio Recife, que reúne as empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Aker Promar e Samsung. A informação foi dada pelo presidente do Complexo Industrial e Portuário de Suape, Matheus Antunes - que foi homenageado pelo Caxangá Agape. Segundo ele, a idéia é de, através dessa negociação, reduzir os preços dos navios incluídos na licitação.
No entanto, Antunes também afirmou que um possível acordo com as siderúrgicas não seria a única solução para que a Transpetro consiga a redução do preço. O consórcio também deverá entrar em conta com as usinas para tratar do assunto. Após a abertura das propostas de preços, na última terça-feira, a Transpetro informou que os preços solicitados pelos estaleiros brasileiros estavam, em média, quase 40% acima da média do mercado internacional. Para construir os 10 navios do tipo Suezmax, por exemplo, o consórcio Recife pediu um valor de US$ 121 milhões com aço a preço internacional e US$ 141 milhões com preço de aço nacional.
Segundo a Transpetro, esse mesmo navio custa em torno de US$ 80 milhões no mercado internacional. Por outro lado, Antunes comemorou o fato de o consórcio Recife ter pedido um preço menor para a construção dos navios Suezmax do que o concorrente Rio Naval - formado pela MPE, Iesa, Sermetal e Hyndai - que pediu US$ 138 milhões para produzir com aço internacional e US$ 151 milhões com aço nacional. Em sua opinião, a diferença de preço entre os navios a serem produzidos no País e os do mercado internacional não devem chegar ao patamar mencionado pela Transpetro.
Segundo o presidente de Suape, existem diferenças entre os modelos e os detalhes dos mesmos tipos de navios que acabam encarecendo ou barateando um pouco mais o preço final.
- É semelhante ao fato de comprarmos um determinado veículo. Os diferenciais oferecidos por cada modelo fazem com que o preço sofra variações de até 30% -, ressaltou Antunes.
Em relação à desistência da estatal venezuelana PDVSA de adquirir navios no Brasil, o presidente acha que a situação ainda não está resolvida. Vai depender das negociações de preços que estão por vir.
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