A Tokyo Electric Power Co. recebeu a aprovação nesta sexta-feira (4) para receber US$ 11,5 bilhões em sua primeira parcela de fundos oriundos de impostos para ajudar a companhia a pagar compensações às vítimas da crise nuclear de Fukushima, enquanto a empresa prevê um enorme prejuízo para o ano que termina em março de 2012.
O pacote de resgate ajudará a Tokyo Electric, também conhecida como Tepco, a evitar um déficit de financiamento quando os pagamentos das indenizações começarem efetivamente, como resultado do terremoto e tsunami de 11 de março que desencadearam a pior crise nuclear do mundo desde Chernobyl.
Enquanto sua capacidade de sobreviver como empresa privada está em dúvida, a previsão da Tepco é de um prejuízo líquido de 600 bilhões de ienes (US$ 7,7 bilhões) para este ano fiscal, excedendo a previsão média de 408 bilhões de ienes feita por cinco analistas.
O resultado foi determinado depois de uma perda líquida de 1,25 trilhões de ienes no ano passado, o maior prejuízo na história do Japão para uma empresa não-financeira, e contribui para que as perdas totais da empresa relacionadas a Fukushima cheguem a aproximadamente 1,9 trilhões de ienes.
A Tepco também divulgou um plano inicial de corte de gastos, uma pré-condição para receber os fundos que serão destinados às compensações. O corte tem como objetivo diminuir os gastos em 2,55 trilhões de ienes nos próximos 10 anos e demitir 7.400 funcionários até março de 2014.
O ministro do Comércio, Yukio Edano, ressaltou as expectativas do governo de que medidas firmes sejam tomadas pela operadora, que enfrenta a indignação pública por conta do gigantesco pacote de resgate financiado pelos impostos pagos pela população, apesar das críticas de que a empresa não tomou as medidas de segurança adequadas na usina de Fukushima e administrou mal a resposta à crise.
"Pedimos à Tepco e ao fundo de resgate que implementem sinceras compensações e uma reestruturação rigorosa, considerando que estão recebendo emprestado uma quantidade massiva de dinheiro dos cidadãos japoneses", disse Edano a jornalistas.