Negócios

Sete Brasil vai elevar capital e pode ter novos sócios

Valor Econômico
09/03/2012 17:58
Visualizações: 139
A Sete Brasil, holding financeira dedicada a gerir grandes portfólios de ativos, prepara um aumento de capital. Os acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária (AGE), em 1º de março, o aumento do limite do capital autorizado da empresa para R$ 7 bilhões. O valor é quase quatro vezes o capital social hoje subscrito, de R$ 1,9 bilhão. O processo, previsto para terminar até 30 de abril, poderá resultar na entrada de novos sócios na companhia, dona de uma carteira de US$ 75 bilhões. O montante refere-se a contratos de longa duração de afretamento com serviços de 28 sondas marítimas de perfuração de poços de petróleo com a Petrobras.

Entre os novos sócios que podem tornar-se acionistas da Sete Brasil, a partir do começo de maio, estão o Energy Investment Group (EIG), um investidor institucional americano da área de energia, e a Lucce Drilling, empresa criada pelo investidor Aldo Floris. As duas empresas assinaram cartas-garantia de investimento com a Sete Brasil segundo as quais podem ser chamadas a participar do aumento de capital. Tudo vai depender do apetite dos atuais acionistas, que têm direito de preferência. Se houver sobras de ações, EIG e Lucce Drilling serão chamadas e terão obrigação de comparecer.

É possível que nem todos os atuais acionistas participem da operação. A Sete Brasil tem dialogado com outros potenciais investidores nacionais e estrangeiros de países como China, Noruega, Arábia Saudita e Estados Unidos. A empresa também conversa com o BNDES sobre uma eventual participação no aumento de capital.

"Hoje a demanda [no aumento de capital] supera a oferta em cerca de 30%", disse João Carlos Ferraz, diretor-presidente da Sete Brasil. O capital está nas mãos de Petros e Funcef, cada um com 19,2%; dos bancos Bradesco, BTG Pactual e Santander, com participações individuais de 13,7%; da Previ (10%); Petrobras (5%), e Valia (5,5%).

Ferraz disse que os acionistas que participarem da operação terão de pagar um prêmio de determinado percentual sobre o valor a ser subscrito. Esse prêmio ainda está em negociação. Se um acionista resolvesse subscrever R$ 100 milhões em novas ações na empresa, por exemplo, e o prêmio fosse fixado em 1%, esse sócio teria que aportar R$ 101 milhões no aumento de capital. O dinheiro vai entrar no caixa e será utilizado para desenvolver o plano de negócios.

Ferraz disse que a integralização dos recursos não será imediata. "A subscrição é imediata, mas o recurso será integralizado ao longo do tempo. O que se combinou com os acionistas é que as integralizações serão pedidas conforme a necessidade de caixa da empresa". A operação é necessária para que a Sete Brasil possa ter lastro financeiro e leve adiante os contratos com a Petrobras de 28 sondas de perfuração que vão ser construídas no Brasil, com conteúdo nacional, para operar em lâmina d'agua de três mil metros de profundidade no pré-sal.

Segundo o presidente da Sete Brasil, a empresa vai aportar recursos próprios entre 20% e 25% em cada sonda. Os outros 75% a 80% serão financiados. "Os financiadores estão dispostos a participar do projeto, mas querem ter certeza que pelo menos a parte do equity [capital próprio] esteja subscrita. O que fazemos agora é um esforço para levantar esse capital e, assim, poder assinar os acordos de financiamento com os bancos." Um dos financiadores deve ser o BNDES.

O custo total do projeto das 28 sondas para a Petrobras é estimado em US$ 27 bilhões, incluindo não só a construção, mas outros itens como financiamento e acompanhamento das obras. Além dos contratos de afretamento com serviços para a Petrobras, a Sete Brasil vai levar adiante projetos de duas sondas destinadas ao mercado "spot". O total do portfólio chega, portanto, a 30 unidades a serem entregues até 2020. A expectativa é de que a primeira esteja pronta em 15 de junho de 2015, com a segunda sendo entregue dez meses depois. A partir daí, a meta é entregar uma unidade a cada oito meses.

Ferraz disse que será criada uma sociedade de propósito específico (SPE) para cada sonda na qual a Sete Brasil será sócia de operadoras. A SPE fará contrato de afretamento e serviços do equipamento com a Petrobras e o resultado do negócio será dividido entre a Sete e a operadora. Em licitação recente da Petrobras em que ganhou 21 sondas, a Sete Brasil conseguiu reduzir o preço médio de afretamento para US$ 530 mil por dia, em média. Ela acertou parceria com a Odebrecht para operação de cinco unidades, com a Etesco para outras cinco e com a Petroserv para mais duas. Há ainda acordos com Seadrill, Odfjefel - Galvão e Queiroz Galvão. Cada uma dessas operadoras será responsável por três unidades.

No momento, a Sete Brasil, que completa em abril um ano de operação, está finalizando as negociações com os estaleiros responsáveis pela construção das sondas.
Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

13