Indústria Naval

Seis empresas e um consórcio disputam dique seco da Petrobras

Interessados apresentaram propostas técnicas e comerciais para construção da instalação destinada a reparos e construções de plataformas semi-submersíveis. Ao todo, 14 empresas receberam convite para participar do projeto. Vencedor da licitação deverá ser conhecido em junho.


23/01/2006 02:00
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As construtoras Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e OAS, os estaleiros Renave e Rio Grande e o consórcio formado por Queiroz Galvão e Estaleiro Promar apresentaram nesta segunda-feira (23/01) as propostas técnicas e comerciais para a construção de um dique seco para a Petrobras. De acordo com o cronograma da operação coordenada pela Rio Bravo, deverá ser anunciada em aproximadamente duas semanas a relação dos participantes habilitados tecnicamente. Posteriormente, será realizada uma nova audiência para a abertura das propostas comerciais. O nome do vencedor deverá ser conhecido em junho e a duração da obras está prevista para dois anos. O dique terá 140 metros de comprimento, 130 de largura e 125 de boca.

De acordo com as regras da licitação, a Petrobras terá direito ao uso exclusivo por dez anos do dique, que será destinado para reparos e construções de plataformas semi-submersíveis. Após esse período, as instalações pertencerão ao construtor. Segundo o gerente do projeto, Alexandre Lugtenburg de Garcia, o dique também será uma alternativa para a construção da P-55, cujo lançamento do edital está previsto para o início deste ano.

Antes de elaborarem suas propostas, os participantes tiveram a opção de oferecer uma área própria para instalar o empreendimento ou utilizar a área da Petrobras localizada no município de São Roque (BA). As construtoras Odebrecht e OAS já anunciaram que utilizarão a área disponibilizada pela companhia. A expectativa é de que a Camargo Correa tenha elaborado o projeto para suas instalações de Suape (PE) e que a Andrade Gutierrez tenha optado por São Roque. As duas empreiteiras fazem parte de um mesmo consórcio na licitação para construção de 26 navios petroleiros da Transpetro.

Na semana passada, durante a entrega das propostas financeiras para a subsidiária de transportes da Petrobras, foi anunciada a união dos consórcios Camargo Correa/Andrade Gutierrez e Rio Grande, constituído por Aker Promar, Queiroz Galvão e estaleiro Aker, Noruega, que abandonou a disputa. Desta forma, a Queiroz Galvão e Promar repetem na concorrência para o dique seco a estratégia adotada no início da licitação para os navios da Transpetro, e deverão oferecer área própria.

O Estaleiro Rio Grande, que desistiu da licitação da Transpetro, concentra todas as suas fichas no dique seco da Petrobras. “Quando percebemos que disputaríamos no Grupo B com estaleiros que dispõem de instalações físicas, optamos pelo dique seco”, disse Roberto Dieckmann, se referindo aos estaleiros Eisa Montagens e Mauá-Jurong, que concorrem para a construção de navios do tipo panamax, gaseiros e de produtos.

Parte do financiamento da construção do dique seco será feita por meio da emissão de certificados de recebíveis imobiliários, que constituirão um fundo de investimento. Segundo Glauber da Cunha Santos, sócio diretor da Rio Bravo, a captação dos recursos para o fundo será realizada tão logo seja anunciada a proposta vencedora. Entre os critérios a serem considerados nas propostas apresentadas está o valor a ser desembolsado pelo construtor, seja em recursos próprios ou em financiamento, que será feito provavelmente junto ao Fundo de Marinha Mercante. “O negócio deste fundo é receber aporte desse terreno, contratar a construção e arrendar esse dique seco, uma vez pronto, para a Petrobras durante dez anos”, explicou Glauber Santos.

Esta não é a primeira vez que a Petrobras e a Rio Bravo recorrem a esse modelo de financiamento de empreendimentos da estatal. Também foi constituído pela financeira um fundo semelhante para a construção da sede da companhia em Macaé, no valor de R$ 200 milhões. “É a primeira vez que recorremos a esse tipo de operação na área industrial e é possível que seja utilizado em projetos futuros”, disse Alexandre Garcia, gerente do empreendimento.

Ao todo, 14 empresas receberam o convite para participar da concorrência. Seis delas declinaram. São elas:

1) GDK

2) Keppel Fels Brasil

3) Mauá-Jurong

4) Mendes Júnior

5) Nuclebras Equipamentos Pesados - Nuclep

6) UTC Engenharia - Ultratec

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