Conjuntura

Secretário diz que Estado não depende apenas do petróleo

Valor Econômico
15/08/2006 03:00
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A economia fluminense vai bem e tem ampliado e diversificado seu portfólio de investimentos independentemente do petróleo. A avaliação é de Maurício Chacur, secretário estadual de Desenvolvimento, que contesta as críticas de que o parque industrial local vive à sombra da Petrobras e de que a atividade econômica do Estado está retrocedendo. "Nos últimos cinco anos, quando começamos a guerra fiscal, o Estado do Rio recebeu investimentos na área siderúrgica, de automóveis e petroquímica."

Para o secretário, os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE, que em junho informava uma queda de 2,8% na produção local em relação a maio e uma taxa negativa de 0,4% na base móvel trimestral do período, não revelam o verdadeiro retrato do desenvolvimento fluminense.

"Nosso desempenho é captado melhor pelas estatísticas de valor agregado do próprio instituto, como a Pesquisa Industrial Anual (PIA). O Estado vem crescendo no adensamento das cadeias produtivas, a economia está se sofisticando", disse Chacur.

Na avaliação dos economistas da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), a PIM é apenas um esboço do crescimento industrial, pois não insere cálculos de valor da transformação industrial (VTI) e na sua relação dos ramos industriais do Rio a indústria de construção naval está excluída. Também enfatizam que a indústria de confecção está fora do cálculo do IBGE.

Sílvio Sales, coordenador da área de indústria do IBGE, confirma que a PIM-Rio não inclui nem a indústria de construção naval nem a de confecção, pois à época da revisão da pesquisa esses segmentos eram inexpressivos na produção do Estado. "Tinham peso inferior a 1%", destacou. No caso da confecção, uma indústria muito pulverizada em pequenas e microempresas, a situação não mudou, segundo ele. Mas, em relação à construção naval, a intenção do IBGE é incorporá-la à pesquisa na próxima revisão.

Sales ressalta, no entanto, que hoje, se a indústria naval estivesse nessas estatísticas os dados seriam ainda mais desfavoráveis ao Estado. Este ano, os números referentes à construção naval, englobados na denominação "novos equipamentos de transportes", apresentaram até agora queda de 10% no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2005. O número se refere à construção naval em todo o Brasil, mas ela é mais concentrada no Estado do Rio, segundo Sales.

Ele concorda que a indústria fluminense lidere a indústria nacional no tocante ao VTI, segundo mencionaram os economistas da Codin. Mas ressalta que a PIM também leva em conta, na ponderação do setor industrial, o VTI. O percentual de agregação de valor da indústria fluminense foi da ordem de 58,9% em 2004, acima da média do Brasil de 42,47%. Sales explica que isso ocorre porque o parque industrial do Estado é "marcadamente influenciado pelo petróleo". E, no caso, a indústria extrativa, por ter alta produção e pouco consumo intermediário, puxa para cima esse indicador.

No ranking do IBGE, a indústria extrativa de petróleo lidera a manufatura fluminense com participação de 18% no cômputo global da atividade. Em segundo lugar vem a indústria de refino, com peso de 14%, seguida pela metalúrgica, com 12%; edição e impressão, com 11%; farmacêutica, com 9%; alimentos, 7%; bebidas, 6%; outros produtos químicos (química fina, tintas), 9% e veículos, 4%.

A indústria fluminense se classifica entre as três maiores do país depois de São Paulo, disputando o segundo lugar com Minas e ganhando do Rio Grande do Sul, segundo o próprio IBGE.

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