Pré-Sal

Royalties do pré-sal de volta ao foco do debate

Diário do Nordeste
18/07/2011 12:58
Visualizações: 243
A polêmica em torno da divisão dos royalties do petróleo do pré-sal volta a nortear os debates de municipalistas e parlamentares no Congresso Nacional. A sinalização de uma nova proposta apresentada pela presidente Dilma Rousseff na última quinta-feira (14), em que os estados produtores (Rio de janeiro, Espírito Santo e São Paulo) perceberiam 25% dos royalties e os demais estados brasileiros, 22%, foi a senha à retomada das discussões na Câmara Federal, no Senado e na Confederação Nacional de Municípios (CNM), que, passam a defender uma data definitiva - dia 15 de setembro próximo - à votação da partilha das riquezas do pré-sal.

A proposta de autoria do executivo dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção, em áreas do pré-sal e em locais estratégicos, altera dispositivos da Lei 9.478/1997, e dá outras providências: exploração e produção de petróleo; competências do CNPE, da ANP e do Ministério de Minas e Energia; casos de contratação direta e de licitação para exploração de petróleo; contratos de partilha de produção; rateio das rendas governamentais no regime de partilha de produção (royalties); comercialização do petróleo.

Regime de urgência

"Chega de transferência de datas e compromissos não cumpridos para a votação do veto do ex-presidente Lula à distribuição igualitária dos royalties, afirmou", defendeu o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Ele antecipa que será uma proposta nova que vai incluir a maioria das reivindicações que tem sido feitas ao longo dos últimos meses pela CNM, nas mobilizações que organizou em Brasília.

"O objetivo é garantir a distribuição dos royalties para todos os municípios, acabando com os privilégios atuais que destinam a poucos o que é uma riqueza de todos", explica Ziulkoski.

O regime de urgência para votação da matéria também é defendido pelo senador cearense, José Pimentel (PT-CE), para quem "o primeiro passo é colher as assinaturas de no mínimo 27 senadores e 171 deputados para o pedido de urgência".

Pimentel defende o projeto do senador Wellington Dias (PT-PI), o qual mantém o porcentual de royalties destinado à União: 40%, sendo os 60% restantes seriam divididos equitativamente entre todos os estados e municípios brasileiros, conforme sua população e em proporção inversa à renda por pessoa.

Dessa forma, avalia, os estados e municípios mais populosos e mais pobres receberão mais royalties. Pelas regras atuais, os estados e municípios produtores ficam com a maioria dos royalties. Ou seja, 22,5% ficam com os estados e 30% com os municípios produtores. Apenas 7,5% do total são repartidos entre os demais estados da Federação.

O consultor econômico e financeiro da Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece), José Irineu de Carvalho, argumenta que a proposta da presidente Dilma representa um avanço sobre o modelo atual, mas teme que uma proposta de partilha baseada apenas nos moldes do FPM representa perdas grandes aos estados produtores.
Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

19