A Petrobras decidiu modernizar a Refinaria de Manaus (Reman), dando fim a rumores de que a empresa planejava desativar a unidade. Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, as obras já estão definidas no orçamento, embora ele não possa dar detalhes devido ao período de silêncio legal a que estão submetidos os dirigentes da estatal até que seja concluída a capitalização, marcada para de setembro. No mercado o investimento é estimado em R$ 1 bilhão.
"Nosso orçamento prevê isso", disse Costa. Segundo ele, a operação consistirá em modernizar as instalações da refinaria, que tem capacidade para processar 46 mil barris de óleo/dia, para produzir derivados nas especificações ambientais em introdução no mercado brasileiro, como o diesel S-10 (com dez partes por milhão de teor de enxofre) que começa a ser distribuído para veículos novos a partir de janeiro de 2013.
"Se fechássemos a refinaria teríamos que levar derivados para lá, o que não faz sentido", diz. A princípio, não está prevista a ampliação da capacidade de refino. Segundo o projeto, a modernização da Reman será concluída no final de 2012. Costa disse que a Petrobras já assinou convênio com o Exército Brasileiro para que o Batalhão de Engenharia da força armada faça as obras de infraestrutura no terreno que receberá os novos equipamentos.
Ele disse ainda que além de preparar a refinaria para produzir combustíveis mais limpos, outra adaptação importante deverá ser feita na cesta de derivados produzidos pela Reman. É que atualmente há um foco na produção de óleo combustível, destinado a alimentar as usinas termelétricas do sistema Eletrobrás que abastecem Manaus e vizinhanças. Com a conclusão do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, as usinas vão ser adaptadas para operar à base de gás. Isso permite modificar o foco para outros derivados, como diesel, gasolina e querosene de aviação (QAV).
A notícia de que a Reman seria desativada progressivamente, publicada em Manus, causou grande mobilização política e trabalhista. A bancada amazonense no Congresso interpelou o Ministério de Minas e Energia e houve até passeata na capital do Estado contra a desativação. Para Costa, acabar com a refinaria teria "um custo gigantesco", uma vez que o Amazonas extrai petróleo na região de Urucu (55 mil barris por dia).
A Reman foi fundada em 1956 pelo empresário Isaac Sabbá e inaugurada em 1957 pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek. Em 1971 a Petrobras assumiu o controle da refinaria, adotando o nome de Reman. Em 1997, foi rebatizada como Refinaria Isaac Sabbá, em homenagem ao fundador.