Combustíveis

Raízen prevê vender mais etanol aos EUA

Valor Econômico
08/06/2012 14:10
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A Raízen Trading LLP, subsidiária da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell) na área de comercialização de etanol, tem até o momento contratos fechados para exportar 500 milhões de litros de etanol para os Estados Unidos, o mesmo volume embarcado em todo o ano passado, segundo o vice-presidente da Logística, Distribuição e Trading, Leonardo Gadotti Filho.

A previsão do executivo é que, em 2012, a empresa exporte ao mercado americano 20% a 30% mais do que no ano passado. "O dólar está ajudando a tornar o negócio mais atrativo", comentou.

A empresa quer também repetir neste ano a operação de 'swap' de etanol com os Estados Unidos. A operação consiste em importar o produto americano (de milho) a preços mais baixos - e vendê-lo no mercado brasileiro por valor mais atrativo - e exportar volume semelhante do etanol de cana do Brasil aos Estados Unidos por preços mais altos. O etanol brasileiro recebe no mercado americano um prêmio por ser considerado um combustível avançado (emite menos gases de feito estufa que os combustíveis fósseis) pela Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, na sigla em inglês).

Gadotti diz que a expectativa é que o etanol de milho dos Estados Unidos fique competitivo para ser importado pelo Brasil no segundo semestre deste ano. "É o período pós-verão, quando o consumo de etanol se desaquece nos Estados Unidos e os preços caem por lá. Nesse mesmo momento, as cotações começam a subir no Brasil, por causa da proximidade da entressafra", explica o executivo.

Ele avalia que essa operação independe da oferta de etanol no mercado interno, que pode ser maior que a prevista este ano caso as usinas brasileiras reduzam a produção de açúcar e aumentem a de etanol. "Não há impacto na oferta interna, pois levamos etanol brasileiro e trazemos o americano. É uma troca de volumes", explica.

A área de trading de etanol da Raízen surgiu com a própria empresa, criada a partir de uma joint venture entre a maior indústria sucroalcooleira do país, a Cosan, e uma das principais distribuidoras de combustíveis do mundo, a anglo-holandesa Shell.

O primeiro passo, conta Gadotti, foi comprar a trading Vertical, de capital nacional, que já tinha escritórios em Genebra (Suíça) e em Houston (EUA). Foram abertos ainda unidades comerciais na Bélgica e em Cingapura. A empresa, explica ele, tem grande expectativa de crescer em álcool para uso químico na China. "Há projetos importantes sendo gestados no país asiático para produção de plástico verde", antecipa Gadotti.

O tamanho dessa "boca", como diz o próprio executivo, ainda é difícil de estimar. "Mas, a princípio, entre 500 milhões e 1 bilhão de litros", arrisca. Além de China, Filipinas e Tailândia também são mercados potenciais na Ásia.

Em todo o ano passado, a Raízen Trading movimentou entre 6,5 bilhões e 7 bilhões de litros de etanol entre operações nos mercados interno e externo - o equivalente a 30% do movimentado por todo o mercado. Esse volume considera a produção da própria Raízen (1,9 bilhão de litros) e a de terceiros. A expectativa para 2012 é que os volumes permaneçam estáveis. "Será um ano muito parecido com o passado", diz Leonardo Gadotti Filho.
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