Os preços do petróleo ainda poderiam voltar a um patamar equivalente ao dos US$ 22 - US$ 28 do início de 2004, caso o crescimento da demanda mundial perca consistência no próximo ano. "Os produtores ainda estão analisando a consistência deste aumento, caso a tendência se confirme, haverá in
Os preços do petróleo ainda poderiam voltar a um patamar equivalente ao dos US$ 22 - US$ 28 do início de 2004, caso o crescimento da demanda mundial perca consistência no próximo ano. Ainda que considere difícil prever o futuro e o comportamento da demanda mundial, o diretor do Cetepetro da Unicamp, professor Saul Suslick, explica que o principal motivo para a atual alta dos preços é a dificuldade dos produtores em responder ao aumento da demanda rapidamente. "Eles ainda estão analisando a consistência deste aumento, caso a tendência se confirme, haverá investimento em produção e estabilização dos preços", afirma Suslick.
O professor analisa que o crescimento da demanda foi de 2 milhões de barris de petróleo em pouco mais de um ano. Além disso, esse aumento se mantém durante um período maior do que o esperado pelos produtores, no entanto ainda há o medo de investir em produção e a demanda cair novamente. "A China, que é um dos grandes consumidores de energia neste momento, terá que resuzir o seu ritmo de crescimento econômico em algum momento e conseqüentemente vai precisar de menos petróleo", comenta.
"Além da incerteza, há a questão técnica de que a indústria produtora de petróleo não pode respoder aos consumidores tão prontamente. Perfurar um poço e produzir petróleo leva tempo e o único país no mundo com uma certa agilidade é a Arábia Saudita, que consegue colocar um poço para produzir em dois meses. Os outros países podem demorar até mais de um ano", comenta Suslick.
A estrutura de produção da indústria petrolífera também dificulta a harmonia entre oferta e demanda. Como ninguém quer estocar petróleo, o sistema que rege as transações entre produtores e consumidores é o just in time.
Ainda que o professor Suslick considere a possibilidade de uma redução de preços no futuro, ele avalia que até o final do ano o patamar será de preços altos com uma acomodação da oferta em relação à demanda. "Para 2005, ninguém sabe o que vai acontecer, mas as análises de que estamos vivendo um terceiro choque do petróleo são exageradamente catastrofistas, não há uma estrutura semelhante aos choque anteriores", conclui.
Fale Conosco
13