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Projeto ciência de materiais e engenharia

Fapesp seleciona projeto da Unesp e de universidades de Portugal e da Espanha.

Assessoria Fapesp
31/03/2016 15:13
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A Fapesp anunciou o resultado de chamada de propostas com a M-ERA.NET, rede ligada à União Europeia que financia projetos transnacionais de alto risco em pesquisa e desenvolvimento em Ciência de Materiais e Engenharia, lançada em 2015. Os objetivos da Chamada M-ERA.Net 2015 são aumentar a sinergia, o apoio à cadeia de inovação, a cooperação internacional, a interdisciplinaridade e os benefícios socioecológicos.

O projeto colaborativo selecionado reunirá pesquisadores do Estado de São Paulo, Portugal e Espanha. O título é 'Desenvolvimento de superfícies híbridas biofuncionalizadas resistentes a tribo-corrosâo em ligas a base de Ti' (Processo FAPESP: 2015/50280-5), coordenado pelos pesquisadores Carlos Roberto Grandini, da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru; Fatih Toptan, da Universidade do Minho (Portugal); e Helena Gordo, da Universidade Carlos III (Espanha).

Mais informações sobre a chamada: www.fapesp.br/9319.

M-ERA.NET é uma rede financiada pela União Européia que foi criada para apoiar e incrementar a coordenação dos programas de financiamento à pesquisa da Europa em Ciências e Engenharia de Materiais. O objetivo do consórcio M-ERA.NET é financiar projetos transnacionais de alto risco em Pesquisa & Desenvolvimento abordando temas como Ciência de Materiais e Engenharia, incluindo micro e nano tecnologias, processos e tecnologias de produção. Os objetivos específicos para a Chamada M-ERA.Net 2015 foram aumentar a sinergia, o apoio à cadeia de inovação, a cooperação internacional, a interdisciplinaridade e os benefícios sócio-ecológicos.

Com o objetivo de fomentar a colaboração científica entre pesquisadores em São Paulo, Brasil e seus parceiros do M-ERA.Net, a FAPESP analisou propostas de pesquisadores interessados, vinculados a Instituições de Ensino Superior ou Pesquisa e Empresas do Estado de São Paulo, em participar de propostas apresentadas para a chamada M-ERA.Net 2015.

Foram submetidas 156 propostas do mundo todo. Na primeira fase, foram aprovadas 93 propostas. Na segunda fase apenas 22 propostas foram selecionadas e sendo apenas uma do Brasil.

A proposta selecionada, denominada "Desenvolvimento de superfícies híbridas biofuncionalizadas resistentes à tribo-corrosão em ligas à base de titânio", tem o Prof. Carlos Roberto Grandini (FC/Bauru) como coordenador no Brasil e os Profs. Fatih Toptan (Universidade do Minho, Portugal) e Elena Gordo (Universidad Carlos III de Madrid, Espanha), como coordenadores europeus. Participam ainda, os Profs. Luís Augusto Rocha (FC/Bauru), paulo Noronha Lisboa Filho (FC/Bauru, José Humberto Dias da Silva (FC/Bauru), Willian Fernando Zambuzzi (IB/Botucatu) e Rodrigo Cardoso de Oliveira (USP/FOB), além de alunos de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado.

O titânio e suas ligas são os materiais metálicos mais comumente usados em implantes ortopédicos e dentários. No entanto, algumas preocupações clínicas principais são ainda válidas, ou seja, a reabsorção óssea devido a “stress shielding”, tribocorrosão de baixa resistência (levando à intensa liberação de íons metálicos e usar os restos, com efeitos nocivos locais e sistêmicos) e falta de bioatividade. Este projeto visa encontrar soluções para estas preocupações clínicas principais, utilizando ligas de TiNb com baixo módulo de Young, nas quais serão criadas superfícies bio-funcional híbridas, resistentes à tribocorrosão.

Para alcançar este objetivo, propõem-se duas estratégias: (i) desenvolvimento de bio-FGMs resistentes à tribocorrosão, com superfície híbrida biofuncionalizada composta de um gradiente de TiB/TiN/TiC e camada externa contendo agentes antimicrobianos (Mg, ZnO) e bioativos (Ca, P), (ii) desenvolvimento de revestimentos TiB/TiN/TiC híbridos biofuncionalizados resistentes à tribocorrosão em ligas de TiNb, com superfícies híbridas contendo agentes antimicrobianos (ZnO) e bioativos (Ca, P). Após o processamento, uma profunda caracterização será realizada a fim de compreender as propriedades químicas, microestruturais e mecânicas das superfícies e secções transversais. Além disso, os comportamentos das superfícies híbridas em relação à corrosão e tribocorrosão serão estudadas em condições de fluido corpal simulado. Finalmente, os mecanismos e fenômenos biológicos in vitro serão explorados.

A pesquisa em biomateriais é um campo interdisciplinar, assim, uma equipe interdisciplinar internacional foi formada dentro deste projeto por reunir os pesquisadores do Brasil e Portugal, juntamente com um grupo de pesquisa da Espanha, que têm linhas de pesquisa comuns, composta pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e Universidade de São Paulo (USP), do Brasil; Centro de Mecânica e Tecnologia de Materiais (CT2M) da Universidade do Minho e Centro de Engenharia Mecânica (CEMUC) da Universidade do Porto, e Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), de Portugal; e o Grupo de Tecnologia do Pó (GTP), da Universidade Carlos III de Madrid da Espanha. Além disso, jovens estudantes de mestrado e doutorado, bem como pesquisadores de pós-doutorado, estão envolvidos neste projeto e terão a possibilidade da experiência científica do trabalho em rede, com equipes de pesquisa internacional, que vai trazer um valor complementar à sua carreira. Finalmente, os resultados obtidos neste projeto vão levar a publicações de alta qualidade e possíveis pedidos de patente", afirma o Professor Grandini.

Segundo o Prof. Luís Rocha, "Em primeiro lugar, a aprovação desta proposta, avaliada por peritos internacionais, nos deixa muito felizes por constituir um reconhecimento das competências que os pesquisadores brasileiros possuem e da qualidade da pesquisa que têm realizado. A estratégia delineada ao longo destes últimos anos de focagem em menor número de temas de pesquisa, de incremento do espírito de cooperação de laboratórios internos com interesses afins, e de ampliação da rede de cooperação externa (a nível nacional e internacional), está, em minha opinião a dar frutos. Em segundo lugar, para nós trata-se de mais um passo firme para a consolidação da estratégia de internacionalização das atividades do nosso grupo. De fato, todos os pesquisadores brasileiros envolvidos neste projeto integram, desde Janeiro de 2015, o Braço Brasileiro do Instituto de Biomaterials, Tribocorrosão e Nanomedicina (IBTN/Br), com sede em Bauru, o qual foi criado em parceria com o IBTN/US, com sede em Chicago. Essa parceria com os colegas norte-americanos já resultou em intercâmbio de alunos e pesquisadores e na publicação de artigos científicos em revistas de elevado fator de impacto. Em setembro do ano passado, durante o 2nd IBTN day, evento organizado por nós, no qual participaram pesquisadores do Brasil e EUA, foi discutida a possibilidade de estender o IBTN à Europa, através da criação de um núcleo envolvendo precisamente os prestigiados parceiros europeus (Universidade do Minho, de Portugal e Universidad Carlos III, da Espanha) envolvidos nesta proposta, que desenvolvem atividades de pesquisa complementares às realizadas por nós no Brasil. Fica assim mais larga a nossa rede de colaboração internacional que envolve atualmente os EUA, Europa e Japão, oferecendo mais possibilidades para que os nossos alunos desenvolvam as suas atividades de pesquisa num ambiente fortemente motivador e multicultural".

 

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