Redação/Broadcast Agro
O Instituto de Pesquisa dos Estados Unidos especializado na indústria de petróleo, o Oil Change International (OIC), divulgou nesta semana um relatório sobre o efetivo compromisso das grandes empresas de petróleo americanas (Chevron e ExxonMobil) e europeias (bp, Equinor, Repson, Shell, Eni e Total) com as mudanças climáticas. A constatação é que a produção de petróleo, e portanto a emissão de carbono na atmosfera, tende a crescer até 2030. Já a extração de gás natural, considerado por parte dos especialistas o combustível da transição, deve cair.
O relatório da OIC, elaborado a partir de projeções da consultoria Rystad Energy, analisa se as ações para a indústria de petróleo e gás dessas empresas contribuirão efetivamente para mitigar as mudanças climáticas.
"Quase todas as grandes empresas de petróleo e gás vão contribuir ainda mais com a crise climática até 2030. Nenhuma delas liberou um compromisso climático ou plano de sustentabilidade que atenda aos critérios mínimos de alinhamento com o Acordo de Paris. Os governos vão precisar intervir para assegurar uma eliminação gradual (dos fósseis) que reflita a urgência e a ambição dos limites de temperatura (previstos no acordo)", afirma o documento.
Em vez de focar nos investimentos no segmento de renováveis, o estudo avalia se os projetos futuros de exploração e produção de petróleo e gás natural vão contribuir para diminuir ou não o aquecimento global.
O que a OIC demonstrou é que a presença do petróleo nos portfólios das grandes petrolíferas está em ascensão, com exceção da italiana Eni, que prevê queda de 2%. Nas demais empresas, o cenário é de expansão significativa de fontes mais poluentes, principalmente nas gigantes do setor ExxonMobil e Shell, que na próxima década devem elevar a extração de petróleo em 52% e 22%, respectivamente.
Já a produção de gás natural deve perder força até 2030. Segundo o relatório da OIC, somente a bp, a ExxonMobil e a Shell devem elevar suas produções no período. No conjunto das multinacionais, o petróleo deve ganhar espaço em relação ao gás, considerado estratégico na transição energética.
A OIC também analisa se as empresas têm ambições de reduzir suas novas atividades exploratórias de petróleo nos próximos dez anos. Segundo a análise do Instituto, isso já acontece na bp, que em dez anos vai diminuir a busca por novos reservatórios em 30%, e na Eni, que seguirá a mesma trajetória daqui a cinco anos. As demais petrolíferas não preveem qualquer ação nesse sentido nesse período.
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