H-Bio

Petrobras investirá US$ 100 milhões para que refinarias processem o H-Bio

Além da Regap, outras três unidades serão adaptadas para tratar o novo combustível da estatal. Em Brasília, a Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel cobrou a antecipação da adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel prevista para 2008, mas Lula pediu cautela ao setor.


31/07/2006 03:00
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Glauco Figueiredo e Agência Brasil (Carolina Pimentel)

A Petrobras deve investir cerca de US$ 100 milhões na adaptação de quatro das suas refinarias para produção de H-Bio. De acordo com o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, além da Refinaria Gabriel Bastos (Regap), localizada em Minas Gerais, que já está adaptada para processar o combustível, a estatal já iniciou os testes na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. As próximas unidades que passarão pelo processo adaptação  serão a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; e a de Paulínea (Replan), de Campinas(SP).

"Esses investimentos se referem basicamente as operações de tancagem e na construção de linhas para levar o produto para as unidades de tratamento", disse Paulo Roberto, durante sua paletra promovida nesta segunda-feira, dia 31, no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), no Rio de Janeiro.

O H-Bio é obtido através de um processo de hidrotratamento e mistura do óleo vegetal com o diesel natural.A perspectiva da Petrobras é de produzir 256 mil m³ por ano de H-Bio em 2007. Para 2008, a projeção é de produção chegue a 425 mil m³ anualmente. A estatal espera produzir 855 mil m³ a partir de 2011.

Lula

Em Brasília,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu hoje, durante reunião no Palácio do Planalto, reivindicações de agricultores e representantes da cadeia produtiva do biodiesel e também das empresas do combustível renovável.

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, alguns produtores têm reclamado do preço pago pelas plantas oleaginosas (mamona, dendê, girassol e outras), matéria-prima do biodiesel. “Há muita reclamação dos produtores lá na base, por exemplo, o preço da mamona não tem sido compensador”, disse Santos. Outra preocupação dos pequenos agricultores é que o biodiesel não tenha preço acima do diesel tradicional nos postos de combustível, acrescentou. 

A Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (ABIOdiesel) pediu a antecipação da adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel prevista para 2008, compra mensal de volume por produtor potencial e credenciado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e criação de uma câmara setorial do biodiesel no Ministério de Minas e Energia. 

O presidente Lula reafirmou o compromisso do governo em investir no programa. “O governo não tem olhos gordos para cobrar muito imposto, se for preciso reduzir, reduzir um pouco mais. O que nós queremos, sobretudo, é que os empresários tenham possibilidade de investir, que os trabalhadores tenham possibilidade de ganhar um pouco de dinheiro na sua vida e que os consumidores tenham um produto de qualidade a um preço justo no posto de gasolina”, afirmou. 

Quanto à antecipação da meta do programa, solicitada pelas empresas do setor, Lula defendeu cautela no andamento da produção de biodiesel. O programa nacional prevê a mistura obrigatória de 2% do combustível renovável ao diesel a partir de 2008 e o aumento desse percentual para 5% a partir de 2013. “Nós não precisamos ficar até 2013 esperando colocar B5 (adição de 5%). Nós não queremos atropelar o processo, porque senão a gente vai com muita sede ao pote, e nunca faz bem quando a gente vai com muita sede ao pote”, disse. “Se for preciso apertar um pouco, vamos apertar, mas trabalhando conjuntamente”, acrescentou.

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