Valor Econômico
A onda de compras da Petrobras não se encerra com as recentesaquisições no Uruguai e nos Estados Unidos, onde adquiriu 50% da Pasadena Refining, no Texas. A estatal já analisa outras refinarias no exterior, sendo uma na Europa e outra no Japão. O diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, frisou ontem que ainda não há decisão tomada sobre nenhuma unidade específica, já que o processo ainda está em fase de análise.
Alguns bancos já receberam mandato da Petrobras, que também negocia diretamente com os donos de algumas unidades. Cerveró não informa, contudo, o número de refinarias que estão sendo analisadas, e nem os locais onde estão localizadas, já que as negociações estão protegidas por acordos de confidencialidade.
Ele explicou que a compra vai atender o objetivo estratégico da companhia de refinar seu próprio petróleo pesado no exterior, vendido com desconto, de modo a reduzir a diferença de preços dos derivados, que têm preço mais caro do que o do petróleo bruto.
Segundo Cerveró, atualmente a Petrobras exporta uma média de 300 mil barris de petróleo bruto, produzido não apenas no Brasil, volume que vai aumentar para 500 mil barris/dia em 2010.
Atualmente a Petrobras exporta óleo bruto para a China, Japão, Índia e Portugal, entre outros. "Diferente do petróleo, que não é produzido onde escolhemos, no caso de uma refinaria podemos escolher onde vamos instalar. E nesse caso, a estratégia é a mesma que adotamos nos Estados Unidos. Se estamos exportando petróleo, é melhor refinar no local" , explicou.
Evitando falar sobre Bolívia, o diretor negou informação do governo daquele país de que a Petrobras já teria concordado em pagar US$ 7,5 por milhão de BTU (British Thermal Unit, unidade que mede o poder calorífico do gás). "Até o momento não recebemos nenhuma consulta oficial da YPFB sobre negociação de preço de gás", disse Cerveró, completando que a resposta será não.
Depois de assumir o controle da Gaseba Uruguai e os ativos da Shell no país, a Petrobras planeja investimentos de US$ 80 milhões nos próximos três anos, segundo o presidente da Petrobras Uruguai, Clovis Queiroz. Somente para a distribuidora de gás, que terá o nome trocado para Distribuición de Gas de Montevideo, serão destinados US$ 24 milhões em sete anos. O dinheiro inicial será destinado à renovação da tubulação antiga, de ferro fundido e algumas com 70 anos de idade, mas a Petrobras também tem planos de introduzir o Gás Natural Veicular (GNV) no país, que será oferecido na rede de postos adquirida da Shell.
O novo presidente da Gaseba, Augusto Riezemberg Neto, adiantou que a companhia quer duplicar o volume de vendas da empresa dos atuais 200 mil metros cúbicos de gás por dia, em média, para 400 a 500 mil metros cúbicos dia. A idéia é dobrar as vendas para o segmento residencial (hoje com 44 mil clientes) e aumentar o número de clientes industriais dentro da área de concessão, que hoje são apenas quatro.
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