A Petrobras começou a extrair gás natural dos dois primeiros poços do campo de Manati, localizado na Bacia de Camamu, no baixo sul da Bahia. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo deverá dobrar a oferta de gás no Estado, segundo as estimativas da estatal. A empresa produz hoje 5,3
Valor Econômico
A Petrobras começou a extrair gás natural dos dois primeiros poços do campo de Manati, localizado na Bacia de Camamu, no baixo sul da Bahia. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo deverá dobrar a oferta de gás no Estado, segundo as estimativas da estatal. A empresa produz hoje 5,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia na Bahia.
No domingo, a extração de Manati 1, o primeiro poço, inaugurou a fase de produção do campo. O segundo poço passou a produzir na segunda-feira. De cada um foram extraídos, no primeiro dia, 1,7 milhão e 1,5 milhão de metros cúbicos, respectivamente, mas os volumes ainda vão variar bastante ao longo da fase pré-operacional do projeto, diz Antonio Rivas, gerente geral da unidade de negócios, exploração e produção da Petrobras na Bahia.
O campo de Manati entra na fase de extração com quase um ano de atraso em relação à previsão inicial da Petrobras, que pretendia chegar a essa etapa em março do ano passado. Rivas afirma que chuvas e ventos em excesso em 2006 atrapalharam o trabalho na plataforma e motivaram a demora. A inauguração oficial está pré-agendada para 5 de fevereiro.
No total, o campo terá sete poços. Dois entraram em operação, mas três já foram perfurados. Outros dois deverão estar concluídos nos próximos dois meses, e os dois restantes também estarão prontos ainda em 2007. Dutos que somam 125 quilômetros de extensão - cerca de metade disso fica no mar - levarão o gás até a Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, cidade distante 66 quilômetros de Salvador.
O acerto prévio da Petrobras com a Bahiagás, empresa do governo estadual responsável pela distribuição do produto, prevê que a concessionária receberá 1 milhão de metros cúbicos de gás a mais em 2007 - hoje, recebe 3,5 milhões. Segundo Rivas, com o início da extração no campo de Manati, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen) receberá 1,7 milhão de metros cúbicos por dia. A termelétrica Fafen Energia terá 200 mil metros cúbicos e a Landulpho Alves, 300 mil.
A produção extra de gás natral permitirá à Petrobras também injetar gás em campos de produção de óleo, como Água Grande, no município de Pojuca e Candeias. A técnica permite aumentar a produtividade desses reservatórios.
Apenas dois dos sete poços de Manati entraram em operação, mas não há necessidade imediata dos 6 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, afirma Rivas. "A demanda de mercado na Bahia hoje é de 1,5 milhão a 2 milhões de metros cúbicos", diz.
A oferta deficitária de gás natural na Bahia chegou a adiar planos de expansão e até afugentou potenciais investidores, segundo empresários locais. A Braskem consome atualmente 600 mil metros cúbicos por dia, mas há anos mantém o pleito de elevar o consumo para 1,2 milhão - volume que já atingiu no passado. O início das operações de Manati reforça o plano da companhia. "Isso dá mais competitividade às empresas. ", diz o vice-presidente de relações institucionais da Braskem, Alexandrino Alencar.
"Estamos bastante preocupados com eventuais acordos de restrição, porque aí a pressão sobre nós será maior", diz Buehler. As indústria brasileira já começou a perder fatias de mercado para os chineses no México, Peru e Chile, mas não ainda na costa atlântica da América Latina. Só as vendas de Pequim para o México multiplicaram, pulando de 85 mil toneladas em 2005 para 508 mil toneladas no ano passado.
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