Brasil/EUA

Pesquisa Amcham Brasil: 37% dos empresários acreditam que o encontro resultará em ações práticas no curto prazo

Redação/Assessoria
20/03/2019 13:16
Pesquisa Amcham Brasil: 37% dos empresários acreditam que o encontro resultará em ações práticas no curto prazo Imagem: Isac Nóbrega/PR Visualizações: 207

Apesar de reconhecer o esforço do novo governo em atingir um novo patamar na relação bilateral Brasil-EUA, os empresários brasileiros não esperam que a visita do presidente Jair Bolsonaro gere, no curto prazo, medidas concretas que reforcem o fluxo comercial entre os dois países. Este é o resultado de uma pesquisa inédita realizada pela Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham Brasil) com 252 presidentes e diretores de empresas de companhias atuam em diversos setores do País.

A intenção do presidente Bolsonaro de se aproximar dos Estados Unidos é vista como concreta para a maioria dos executivos, visto que 86% acreditam que o governo brasileiro está empenhado em uma real aproximação. Dos que se mostraram otimistas, 49% acham que a visita de março ainda não trará efeitos concretos no fluxo comercial, mas 37% acreditam que o encontro resultará em ações práticas. Outros 12% se mantiveram neutros e disseram que ainda é cedo para avaliar os efeitos.

“A pesquisa mostra uma expectativa realista em torno de ações e entregas intermediárias que lançam as bases para entendimentos duradouros. Precisamos de medidas à curto prazo para trazer um novo folego de diálogo a relação e aquecer negociações para conquistas amplas e ambiciosas. A intenção de um acordo comercial pode até parecer em discurso dos dois presidentes, mas sabemos que ela é completamente dependente desse entusiasmo comercial e bilateral renovado à curto prazo”, explica Deborah Vieitas, CEO da AMCHAM BRASIL, a maior Câmara Americana de Comércio entre 114 existentes no Mundo. A CEO da Amcham Brasil integra a delegação, em Washington, apresentando as expectativas do setor privado brasileiro e americano em torno do primeiro encontro entre os presidentes Trump e Bolsonaro.

Sobre a pauta de conversas bilaterais, 26% votaram em um Acordo de Livre Comércio como tema principal. Outros 22% acharam que o fim da sobretaxa a produtos brasileiros no mercado americano é um assunto crucial, e 20% consideraram que um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos não pode deixar de estar na pauta.

Quando perguntados sobre quais seriam as semelhanças ideológicas e profissionais entre os presidentes Trump e Bolsonaro, 38% apontaram o jeito de governar, dando destaque ao uso de redes sociais como o Twitter e o confronto constante com jornais e veículos de mídia tradicionais.Já 31% acham que há mais afinidades na parte econômica, com iniciativas semelhantes e que buscam o crescimento nacional a partir de uma visão mais liberal da economia. E 23% responderam que há semelhanças nas posturas mais conservadoras de ambos, puxando para questões de moral e costumes em discussões políticas.

Oportunidades e desafios para o Brasil

Os executivos também foram convidados a opinar sobre como as ações recentes dos dois governos influenciaram o ambiente de negócios. Para 51%, a principal medida do governo Trump que ajudou na atuação de empresas brasileiras no exterior foi a sobretaxa a produtos chineses no mercado americano, o que levou a China a comprar mais do Brasil.

E 23% acharam que foi a desoneração fiscal americana, que reduziu o imposto de renda das empresas que lá atuam. Outros 20% consideram ter sido a desregulamentação do mercado financeiro, estimulando assim o mercado de crédito e os investimentos empresariais.

Também perguntados sobre as áreas mais promissoras para investimentos brasileiros nos EUA, 21% mencionou os setores de commodities agrícolas (laranja, café, por exemplo) e minerais (petróleo e gás). Mas há quem ache que as melhores oportunidades estão no setor de serviços (19%), bens de consumo (15%) e TI (9%).

... E para os EUA

Por outro lado, os executivos também responderam sobre as áreas mais promissoras para investimentos americanos no Brasil. Para 18%, a maior oportunidade está no setor de Infraestrutura, seguida de TI (13%), commodities agrícolas e minerais (11%) e aviação/ aeroespacial, com 10%.

Entretanto, para atrair mais investimentos americanos nos próximos quatro anos, os executivos também opinaram sobre reformas estruturais necessárias. A mais votada foi a reforma tributária (28%), seguida pela reforma administrativa/desburocratização (19%) e reforma da previdência (18%).

Também foram votadas a reforma política (15%), necessidade de políticas firmes de abertura comercial (13%) e fortalecimento de estruturas de promoção comercial no exterior (8%).

Expectativa de entrada mais fácil nos EUA

Como resultado do encontro de hoje entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, os empresários acreditam que a reaproximação deve ser iniciada com a negociação do acordo de Global Entry – mecanismo alfandegário que facilita a entrada de executivos e investidores brasileiros em território americano – ficou em primeiro lugar na pesquisa nacional da Amcham, em 15/3, sobre o que o Brasil pode fazer para ampliar a cooperação bilateral com os EUA. Dos 252 executivos que participaram, 81 deles (32%) consideraram o acordo como o mais eficaz em curto prazo.

É um dado relevante para embasar as discussões sobre cooperação comercial e de investimentos, aproveitando a visita oficial do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos. “O Global Entry é um símbolo muito importante do desejo de mais trocas empresariais porque facilita as entradas e saídas para pessoas que estão frequentemente nos EUA. Então, para nós. teria impacto importante e simbólico. Parceiros comerciais estratégicos já estão nesta lista de bons visitantes dos Estados Unidos e esta seria uma agenda realista para início de uma estratégia de ampliação da aproximação comercial entre os dois países”, comenta Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil. No Brasil, a Câmara Americana reúne mais de 5 mil empresas, sendo 85% delas brasileiras.

Além do Global Entry, os executivos responderam que o fortalecimento e continuidade de mecanismos e fóruns intergovernamentais (24%) e o Acordo de Reconhecimento Mútuo do Operador Econômico Autorizado (23%) também surtiriam efeitos positivos e imediatos ao fluxo de comércio exterior. Também conhecido pela sigla OEA, o acordo certifica os operadores logísticos mais assíduos, eficientes e responsáveis e agiliza os canais aduaneiros de importação e exportação.

Para alcançar resultados de médio e longo prazos, a realização de um acordo de livre comércio é a melhor alternativa, segundo 26%. Um tratado para evitar a bitributação foi a escolha de 23% dos respondentes, seguida de autonomia do Brasil para negociar tratados bilaterais fora do Mercosul (20%) e acordo de facilitação de investimentos (20%).

Sobre os passos necessários para o Brasil fechar um Acordo de Livre Comércio com os Estados Unidos, o principal desafio nacional é o excesso de barreiras burocráticas, tarifárias e não tarifárias ao comércio exterior, de acordo com 39% dos respondentes. Para 25%, a política comercial americana (America First, os subsídios aos agricultores locais e tarifas adicionais sobre produtos concorrentes) também dificulta o entendimento nesse sentido.

Outros entraves são a falta de negociações prévias entre os dois governos a respeito de um acordo nestes moldes (15%) e as poucas iniciativas de convergência/padronização regulatória para facilitar as exportações e importações (14%).

Oportunidades e desafios para o Brasil

Os executivos também foram convidados a opinar sobre como as ações recentes dos dois governos influenciaram o ambiente de negócios. Para 51%, a principal medida do governo Trump que ajudou na atuação de empresas brasileiras no exterior foi a sobretaxa a produtos chineses no mercado americano, o que levou a China a comprar mais do Brasil.

E 23% acharam que foi a desoneração fiscal americana, que reduziu o imposto de renda das empresas que lá atuam. Outros 20% consideram ter sido a desregulamentação do mercado financeiro, estimulando assim o mercado de crédito e os investimentos empresariais.

Também perguntados sobre as áreas mais promissoras para investimentos brasileiros nos EUA, 21% mencionou os setores de commodities agrícolas (laranja, café, por exemplo) e minerais (petróleo e gás). Mas há quem ache que as melhores oportunidades estão no setor de serviços (19%), bens de consumo (15%) e TI (9%).

... E para os EUA

Por outro lado, os executivos também responderam sobre as áreas mais promissoras para investimentos americanos no Brasil. Para 18%, a maior oportunidade está no setor de Infraestrutura, seguida de TI (13%), commodities agrícolas e minerais (11%) e aviação/ aeroespacial, com 10%.

Entretanto, para atrair mais investimentos americanos nos próximos quatro anos, os executivos também opinaram sobre reformas estruturais necessárias. A mais votada foi a reforma tributária (28%), seguida pela reforma administrativa/desburocratização (19%) e reforma da previdência (18%).

Também foram votadas a reforma política (15%), necessidade de políticas firmes de abertura comercial (13%) e fortalecimento de estruturas de promoção comercial no exterior (8%).

Clima americano para negócios

Os sinais americanos para uma aproximação com o Brasil não são totalmente positivos, avaliam os executivos. Em relação às ações do governo Trump em relação ao Brasil, a maioria (52%) considerou neutro, não havendo mudança significativa desde que Trump assumiu a presidência.

Por outro lado, 38% acharam positivas de alguma forma, com mais chances de aproximação política e comercial entre os países. Outros 10% avaliaram como negativas, causando afastamento, até o momento, dos governos dos dois países.

Uma das perguntas foi sobre como a adoção de medidas protecionistas do governo Trump afetaram a predisposição dos investimentos brasileiros nos EUA. Para 78%, elas criam mais entraves burocráticos. No entanto, 54% deles afirmaram que investir nos EUA ainda é essencial para ter acesso a mercados e tecnologias locais. Mas 24% admitiram que elas vão adiar ou cancelar projetos de expansão no mercado americano.

As medidas americanas não vão afetar os projetos de expansão internacional para 15%, mas 6% se disseram atingidos e vão redirecionar investimentos para outros países.

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