Infraestrutura

Para atender demanda, Petrobras importa asfalto

Valor Econômico
24/11/2009 11:57
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A Petrobras deverá importar até 40 mil toneladas de asfalto das Ilhas Canárias para atender à demanda para construção de rodovias no Nordeste nos próximos meses. Dois navios já aportaram no país com 12 mil toneladas, mas outros cinco deverão chegar nos próximos meses, segundo Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da Petrobras. No mínimo, serão 35 mil toneladas importadas nos navios.

 

Neste ano, o consumo de asfalto no país deverá bater recorde, em cerca de 2,3 milhões de toneladas. A Petrobras tem capacidade para produzir até 3 milhões de toneladas no ano, mas o consumo na região Nordeste ficou concentrado no segundo semestre, por conta das fortes chuvas na região - que prejudicaram as obras rodoviárias no começo do ano - e por conta da liberação de recursos pelo governo concentrada no período. As refinarias que podem produzir asfalto também refinam óleos combustíveis. Cabe à empresa verificar a demanda e definir quanto produzir de cada petroquímico.

 

O asfalto chegou a atrasar em obras como a BR-135 e a BR-101, incluída no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a Petrobras, as importações sanaram o problema e serão importados quantos navios forem necessários para abastecer as obras. O asfalto espanhol é vendido por preço similar ao nacional às construtoras, de R$ 800 a tonelada, sem contar o ICMS. Tomado esse preço como referência, a Petrobras venderá até R$ 32 milhões de asfalto importado dos sete navios.

 

A importação do asfalto é autorizada pela Associação Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Segundo Costa, o asfalto espanhol é o mais barato e compatível às necessidades nacionais. Aquele produzido em refinarias de vizinhos na América Latina não é compatível.

 

Além de importar o asfalto, a Petrobrás também montou um esquema para desviar, onde possível, a demanda para outras refinarias. Isso porque, para atender o Nordeste, a refinaria mais relevante é a Lubnor, em Fortaleza (CE), que produz 24 mil toneladas de asfalto por mês e a demanda na região está em 31 mil toneladas. A produção de asfalto na região deve crescer em alguns anos com a construção das refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará.

 

Com a construção das refinarias se alivia também o custo e os riscos do transporte do asfalto. Em média, é necessário transportar o asfalto por 700 quilômetros nas obras públicas brasileiras. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos (Abeda), Éder Gomes Viana, garante que não houve falhas por parte das distribuidoras no Nordeste. "Há uma série de problemas que podem causar acúmulo no consumo." Ele conta que o principal problema foi a falta de capacidade de armazenamento nos canteiros de obras, porque alguns caminhões tiveram que ficar parados nas obras, por não haver onde guardar o asfalto.

 

Ontem, em Brasília, foi instalado o Instituto Pavimentar, para criar no Brasil um programa de capacitação técnica em pavimentação de asfalto e dar mais eficiência ao planejamento do setor. O Instituto inclui Petrobras, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Abeda e Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor).

 

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