Siderúrgica do CE

Mão-de-obra local insuficiente

Diário do Nordeste
06/10/2009 13:29
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Implantar cultura de siderurgia no Ceará é desafio. Parte das vagas da CSP será suprida por outros estados
Não haverá mão-de-obra suficiente no Ceará para suprir a necessidade da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) em sua primeira fase, que prevê o início da operação em 2013. É o que afirmou ontem o gerente de Projetos da empresa, Pedro Braga, durante apresentação do empreendimento a empresários na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), na noite de ontem.
 
“Não será possível conseguir toda a mão-de-obra na velocidade do projeto. Estaremos competindo ainda com a Petrobras pelos profissionais, com a instalação da refinaria. Entretanto, o que tivermos de mão-de-obra local, vamos utilizar”, disse.
 
A CSP deverá contratar, em sua primeira fase, 15 mil empregos diretos somente na construção das instalações, fase que se inicia já no ano que vem. Na operação, são previstos mais quatro mil vagas formais.
 
O gerente de Desenvolvimento da CSP, Ricardo Parente, complementa a afirmação de Braga afirmando que os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), que podem preparar profissionais para trabalhar no empreendimento, possuem vagas ociosas, mesmo nesse período em que se sabe da demanda futura. “Muitas pessoas não se inscrevem porque acham que vão perder o Bolsa Família”, explica o gerente. Parente diz que a CSP está pensando em ações para reverter esse quadro.
 
A gerente de Recursos Humanos da empresa empreendedora da siderúrgica, Edna de Oliveira, a CSP ainda está esperando que o governo estadual apresente o que poderá oferecer, em relação à força de trabalho preparada, à usina. Edna diz que uma comissão já foi formada para trabalhar a mão-de-obra para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), e ela participou de algumas reuniões do grupo.
 
“É importante ter trabalhadores da localidade, mas ainda não existe uma cultura de siderurgia aqui. Este é o maior desafio no Estado. As pessoas precisam sonhar em trabalhar na siderurgia, e isso ainda precisa ser construído. Entretanto, eu tenho recebido muitos currículos de cearenses especializados na área, mas que hoje moram fora, querendo voltar e trabalhar na siderúrgica”, diz.
 
Apesar dessa lacuna, que será preenchida com profissionais de outros estados, Edna destaca o fator multiplicador da usina. “Não são somente os empregos diretos que a siderúrgica vai gerar. Ela vai movimentar a economia da região, vai ampliar a oferta de serviços nos arredores. Serão mais farmácias, hospitais, padarias, mercados, outras fábricas, entre outras oportunidades”, aponta.
 
Questão ambiental
 
O Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), necessários para o licenciamento ambiental da usina já foi concluído e está em análise pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace). A expectativa é de que até o fim do ano o documento seja aprovado para que se possa licenciar o início das obras. Para o ano que vem, está planejada a terraplanagem para, em 2011, terem início as obras civis. Em 2012, devem chegar os equipamentos da usina e, no ano seguinte, ser iniciada a montagem. A previsão é de que a primeira fase da usina esteja em operação até o fim de setembro de 2013. O gerente de Desenvolvimento da CSP informou ainda que a empresa já realizou estudos para verificar a existência de tribos indígenas no local, e disse não tê-las identificado. Entretanto, foi enviado ofício à Funai pedindo o seu posicionamento, que até agora não veio. A questão é entrave para o início das obras da refinaria no CIPP.
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