Aker

Investimento no Brasil para atender a Petrobras

Valor Econômico
18/08/2008 08:19
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A Aker Solutions, divisão da Aker, uma das maiores empresas privadas da Noruega, com faturamento de R$ 18 bilhões, está reforçando a atuação no Brasil para aproveitar as oportunidades que estão surgindo na área de petróleo. O grupo entrou no país na década de 70 para realizar projetos de engenharia na área de mineração e atuar no segmento de papel e celulose. A divisão subsea, de engenharia submarina, desembarcou no país em 1995 e, nos últimos três anos, investiu R$ 50 milhões para atender a demanda prevista até 2010. Em 2008 está sendo dada a largada de um novo plano de ampliação, com o objetivo de capacitar a empresa para atender o mercado brasileiro de 2010 a 2020. Na semana passada, a empresa anunciou mais dois contratos para fornecer equipamentos de perfuração para dois novos navios sondas da Odebrecht, que serão construídos na Coréia do Sul, nos estaleiros Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering. O valor do contrato é de cerca de US$ 260 milhões. 


A sede da discreta Aker no Brasil fica em Curitiba. Desde 2007, ela acumulou cerca de US$ 500 milhões em contratos na divisão subsea. Há dois meses, inaugurou em Rio das Ostras (RJ) a primeira fábrica de risers, dutos de perfuração usados na exploração de petróleo em águas profundas, que custou R$ 22 milhões. Logo depois, assinou com a Queiroz Galvão contrato de US$ 55 milhões para produzir a quarta coluna de risers no Brasil - a unidade já tem contratos que somam US$ 140 milhões. "A participação da Aker em projetos de alta tecnologia no Brasil nos próximos anos está garantida. Temos uma estratégia de longo prazo para o país", diz Marcelo Taulois, engenheiro brasileiro que foi contratado na Noruega há 20 anos e hoje representa a empresa no país. 


O executivo conta que, em 2007, a Aker Solutions (denominada até abril de Aker Kvaerner) criou a estrutura de country management em seis países estratégicos. Um deles é o Brasil - os outros são Canadá, Índia, China, Malásia e Austrália. A empresa atua em 31 países, principalmente da Europa, além de Estados Unidos, mas decidiu reforçar a estrutura em novos mercados para facilitar a entrada de outras divisões nesses países. Atualmente cinco empresas do grupo operam localmente e outras cinco exportam para o Brasil. A filial conta com 600 empregados diretos, sendo 200 contratados nos últimos 12 meses, e pretende dobrar esse número em dois anos. 


Se hoje o foco está em óleo e gás com equipamentos usados no fundo do mar, outros segmentos que deverão ganhar força no país são processos/petroquímica e mineração. "Virão para cá outras empresas do grupo", afirma o executivo, sem dar detalhes. Taulois lembra que a área de papel e celulose foi vendida em 2007, após 30 anos de atuação no país, para a Metso Paper. 


Agora, da sede saem as chamadas árvores de natal molhadas, equipamentos gigantes que são colocados no fundo do mar, na cabeça do poço de petróleo, para controlar a produção. Elas têm sete metros de altura e pesam 70 toneladas. Também são feitos no local manifolds, que coletam o óleo das árvores e pesam até 300 toneladas. A Aker conta com contratos que somam US$ 223 milhões em árvores de natal e vai fornecer para a Petrobras, durante três anos, 45 unidades do produto e seis conjuntos de ferramentas, acessórios e peças. 


Com as novas descobertas de petróleo pela estatal, sua principal cliente, a norueguesa espera alterar esse número em breve. Ela tem como concorrentes as americanas FMC Tecnologies, Cameron e GE, mas prepara-se para disputar um dos três novos lotes da Petrobras, que deve comprar 306 equipamentos (divididos em lotes de 138, 107 e 61). A encomenda deve resultar em US$ 1,5 bilhão em contratos, já que o custo unitário da árvore é em torno de US$ 5 milhões. As entregas devem acontecer a partir de 2010. 


Além disso, outras mil árvores de natal devem ser compradas para Tupi a partir de 2010, com entrega prevista para 10 anos. Segundo Taulois, se atualmente a Petrobras adquire de 60 a 70 árvores por ano, deve aumentar esse volume em pelo menos 50%. Esses equipamentos entram em operação no final do projeto de exploração. "Temos de nos adaptar a essa demanda", diz. 


Uma das preocupações, no entanto, é com a velocidade de adaptação dos fornecedores. "Onde vou comprar estruturas, usinagens?", questiona. A Aker conta com 86 fornecedores no Brasil, sendo 23 estratégicos, e decidiu ampliar esse leque. Um ano atrás, tinha seis engenheiros na rua desenvolvendo parcerias, número que aumentou para 16. O executivo esclarece que a Aker só compra de terceiros o que não envolve tecnologia própria e, por enquanto, o índice de nacionalização de seus equipamentos é de 90% em árvores de natal e de 60% em outros produtos. 

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