Internacional

Intercâmbio tecnológico

O diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fernando Landgraf, esteve em Freiberg, sul da Alemanha, entre os dias 7 e 11 de junho para conhecer duas experiências com plantas de gaseificação voltadas à produção de biocombustíveis. A visita buscou abrir negociações

Redação/ Agências
01/07/2010 11:48
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O diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fernando Landgraf, esteve em Freiberg, sul da Alemanha, entre os dias 7 e 11 de junho para conhecer duas experiências com plantas de gaseificação voltadas à produção de biocombustíveis. A visita buscou abrir negociações para que eventualmente os gestores desses projetos possam colaborar no desenvolvimento de uma planta de gaseificação de biomassa em Piracicaba (SP), cujo projeto está sendo articulado pelo IPT com previsão de investimento de R$ 75 milhões.

 

As plantas visitadas, que receberam aporte de 250 milhões de euros, trabalham com carvão e biomassa de celulose, mas ainda não têm tecnologia consolidada. Essas plantas foram desenvolvidas em parcerias com a Siemens, no caso do carvão, e Choren, esta última ligada à Volkswagen. “Mas a origem desses projetos é comum e remetem à época da Alemanha Oriental”, afirma Landgraf.

 

A matéria-prima da planta brasileira será o bagaço de cana, que não existe na Europa. Landgraf diz que os pesquisadores europeus desconhecem o volume da disponibilidade desse material no país e, portanto, a oportunidade que essa disponibilidade oferece para aproveitamento. Ele afirma também que recentemente o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que tem sede em Campinas e foi criado no início deste ano, passou a participar do projeto conjunto IPT-CTC, em Piracicaba.

 

CARRO ELÉTRICO – Na viagem, Landgraf também tratou de tecnologia de aço para motores elétricos, área que faz parte de uma linha de pesquisas que ele conduz na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Esse será um mercado importante nos próximos anos por causa do desenvolvimento de carros elétricos. Segundo Landgraf, o país consome anualmente 400 mil toneladas desses materiais.

 

“Existe uma efervescência hoje em torno do crescimento da tração elétrica, mas essa tecnologia exige materiais diferentes dos que são empregados hoje”, afirma o diretor do IPT, referindo-se à sua eficiência, que ainda precisa ser aprimorada para a construção de núcleos de motores. Na Europa, estão sendo lançados novos aços para esses motores, com menor espessura de chapa e maior teor de silício. Há pesquisas no Brasil que também caminham nessa direção.

 

Os carros elétricos dependem também de baterias mais eficientes para chegarem ao mercado com escala de produção. Enquanto isso não acontece, as montadoras estão trabalhando a tecnologia híbrida, que consiste em um motor tradicional a explosão para rodar um gerador que por sua vez produz a energia para a tração do carro. Trabalhando em velocidade constante , o motor tem menor impacto ambiental. “Temos informações não confirmadas de que no Japão em 2009 cerca de 20% dos carros produzidos eram híbridos”, afirma.

 

HISTÓRIA – Landgraf visitou a Academia Montanhista de Freiberg, que abrigava a escola de engenharia de minas, onde José Bonifácio e o Intendente Câmara estudaram em 1793 e 1794 para lançar as bases da siderurgia no país, que tem cerca de 200 anos. “Há vários registros da passagem deles na escola, mas o mais interessante foi analisar as notas das aulas do professor Werner sobre siderurgia, que era na época um importante mineralogista”, afirmou.

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