A GraalBio oficializa nesta quarta-feira (23) acordo para investir em biocombustíveis de segunda geração. A empresa recém-criada pelos irmãos Bernardo e Miguel Gradin vai estreitar parceria com a Beta Renewables, joint venture formada pela Chemtex, subsidiária do grupo italiano Mossi & Ghisolfi (MG) com o fundo TPG.
Em outubro, a GraalBio assinou protocolo de intenções para ter uma fábrica em escala industrial no Brasil de etanol celulósico a partir de uma tecnologia inovadora desenvolvida pelo grupo italiano. As duas empresas também negociavam uma cooperação mais ampla, o que inclui a produção de bioquímicos no país. Desde 2006, a subsidiária da M&G tem investido pesado em pesquisa e desenvolvimento em uma nova tecnologia, batizada de Proesa, que transforma biomassa em biocombustíveis.
A GraalBio terá uma unidade-piloto para colocar em prática a produção de biocombustíveis de segunda geração. Uma fábrica para produzir em escala industrial poderá ser erguida em Alagoas, apurou o 'Valor'.
A GraalBio quer se tornar um importante "player" em biotecnologia. Criada no ano passado, a companhia foi estruturada como uma sociedade anônima. Debaixo dessa companhia foram criadas outras empresas, as quais deverão atuar em diferentes áreas de negócio, todas voltadas para inovação. A empresa também negocia parcerias com "startups" para adquirir tecnologias inovadoras.
A nova companhia dos Gradin busca transformar biomassa em bioquímicos, que podem englobar futuramente fármacos e até bionafta, além de soluções tecnológicas para a produção de biocombustíveis de segunda geração.
Bernardo e Miguel Gradin tiveram boa parte de suas carreiras dedicadas ao grupo Odebrecht. Desde o fim de 2010, no entanto, as duas famílias estão envolvidas em uma disputa judicial, na qual discutem a validade do exercício de opção de compra de uma fatia de 20,6% das ações da Odebrecht Investimentos, que pertence à Graal.