A Galp Energia iniciou, neste mês, a comercialização de eletricidade no mercado livre a 30 clientes dentro do próprio grupo, com o objetivo de "afinar uma oferta comercial" para posteriormente a oferecer ao público em geral.
Fonte oficial da petrolífera portuguesa informou que a Galp Power - unidade responsável pela comercialização de eletricidade do grupo - comprará a eletricidade diariamente nos leilões no Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel).
A Galp não tem ainda um calendário para a comercialização de eletricidade ao público em geral, adiantando apenas que, como está a criar este serviço de raiz, "não vai abrir a sua oferta ao público antes de garantir que consegue manter os padrões de qualidade de serviço exigidos".
Segundo a Galp, no total os primeiros 30 clientes de eletricidade do grupo, todos fornecidos em média tensão, têm um consumo anual total de 23 mil megawatts por hora.
Investimentos
Em julho, a Lusa divulgou que a produção e geração de eletricidade deixou de ser prioritária para a Galp, tendo a empresa cortado o investimento nesta área, decidido partilhar centrais de ciclo combinado e desistido de liderar o consórcio que tinha estabelecido para as eólicas.
Quando a Galp anunciou ao mercado o seu novo plano de investimentos até 2013, em maio, o aporte em gás e eletricidade foi reduzido de 1,1 bilhão de euros para 400 milhões.
Pelo lado da produção, através da energia hídrica, a Galp - que tinha declarado interesse em entrar em todos os concursos para novas barragens - acabou por não apresentar propostas em nenhum dos dez leilões do novo Plano Nacional.
Na geração eólica, a Galp abdicou da liderança do consórcio Ventinvest, em favor da Martifer, uma empresa que também está nas energias renováveis. Já no ciclo combinado, a Galp vai admitir um parceiro (que poderá ser a espanhola Endesa) na central de Sines.
Na época, fonte oficial da Galp explicou que a petrolífera pode manter os planos de fornecer eletricidade sem ter produção própria.
"A possibilidade de a Galp Energia oferecer energia elétrica aos seus clientes finais não depende da concretização de todos estes projetos de geração uma vez que, existindo um mercado concorrencial, é possível adquirir essa energia no mercado", afirmou.