Petróleo

Ernst & Young: demanda e preço do petróleo continuarão subindo apesar de crise

O levantamento trimestral global da Ernst & Young aponta que a demanda e os preços do petróleo continuarão subindo no terceiro trimestre de 2011. Um importante ponto na perspectiva sobre o preço é que a atividade no golfo do México voltou a crescer após o vazamento ocorrido no ano passado. A

Redação
24/08/2011 14:23
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O levantamento trimestral global da Ernst & Young aponta que a demanda e os preços do petróleo continuarão subindo no terceiro trimestre de 2011. Esse cenário deve ocorrer mesmo com a atual incerteza econômica, por conta do rebaixamento da nota de rating nos EUA e da crise de dívida na Europa.

No primeiro trimestre deste ano, quando havia expectativas de que a recuperação econômica continuaria e com a interrupção do fornecimento do Oriente Médio, os preços do petróleo subiram para mais de US$ 100 o barril. Mas, após atingir o pico, os preços caíram ligeiramente no segundo trimestre, apesar do anúncio feito pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) de liberação de estoque.

“Os preços do petróleo são ditados por fornecimento e demanda, e todos os sinais apontam para crescimento moderado da demanda e fornecimento incerto”, afirma Carlos Assis, sócio de consultoria da Ernst & Young Terco. “Salvo um forte choque econômico, a tendência é de preços em alta pelos próximos três a cinco anos.”

Um importante ponto na perspectiva sobre o preço é que a atividade no golfo do México voltou a crescer após o vazamento ocorrido no ano passado. A primeira nova produção ocorreu no segundo trimestre de 2011. Enquanto a média de produção continua abaixo dos níveis alcançados antes de 2010, processos de aplicação e licenciamento estão aumentando substancialmente. E o aumento da produção irá gerar empregos e incrementar os suprimentos domésticos de energia em um momento de esperado crescimento da demanda. A produção no restante das Américas também continuará a crescer, notavelmente o petróleo oriundo da formação Bakken, no centro-oeste dos EUA, assim como do Brasil e das areias do Canadá.

As maiores incertezas para produtores são os efeitos de curto prazo da liberação de um estoque de 60 milhões de barris ordenada pela IEA, além do desacordo entre membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sobre aumentos no fornecimento. O anúncio de liberação da IEA fez com que os preços caíssem temporariamente e espera-se que isso preencha o vazio deixado pelo fornecimento da Líbia. No entanto, como o mercado se move para a temporada de alta demanda, a decisão da agência não deve conseguir atender a essa demanda em alta, e o mercado precisará de um fornecimento maior por parte da OPEP. No médio prazo, ao longo dos próximos três a cinco anos, a expectativa é de crescimento das pressões sobre a OPEP para aumento da capacidade de produção.


Gás

A produção de gás natural pelos EUA continua crescendo - os últimos dados disponíveis alcançaram o ponto mais alto em quase 40 anos. O gás de xisto tem impulsionado o crescimento e se aproxima agora de cerca de 30% da produção total de gás do país, mesmo com a diminuição da perfuração dirigida e com o surgimento de questões em torno da viabilidade econômica e potenciais impactos ambientais.

“O gás natural continua sendo uma boa solução para a necessidade dos EUA por um combustível mais limpo e produzido domesticamente”, afirma Assis.


Refino

Com a ligeira queda dos preços de petróleo no segundo trimestre, o setor de refino dos EUA teve um período relativamente forte, com margens de lucro médio aproximando-se de US$ 30/bbl. Refinadores com acesso a petróleos brutos “subvalorizados”, como o WTI e o canadense, continuam com condições melhores do que os refinadores costeiros, que são mais expostos aos mercados globais.

Investimentos em mais capacidade de refino feitos em anos recentes estão agora dando frutos. Espera-se que eles superem o crescimento da demanda por petróleo no curto e no médio prazos. Isso significará enfraquecimento das condições para lucros nos próximos anos.


Serviços

Atividades de serviços nos campos petrolíferos são ditadas pelos gastos do setor de extração. A expectativa é que esses gastos cresçam entre 15% e 20% em 2011, retornando a níveis próximos ao pico de 2008. A capacidade dos serviços está sendo forçada por um boom não convencional. Aumento dos custos e falta de pessoal estão se tornando mais evidentes. Esse ressurgimento do segmento de serviços está sendo impulsionado por novas tecnologias, preços altos do petróleo e a eficiente aplicação de tecnologias de gás de xisto.


Transações

O segundo trimestre foi, novamente, forte para as transações envolvendo a atividade de petróleo e gás, fazendo com que o setor completasse sete trimestres consecutivos de crescimento. As Américas continuam sendo a principal região onde esses negócios são realizados.

Olhando adiante, para a segunda metade de 2011, o número de transações deve continuar crescendo, impulsionado pela esperada continuidade da alta dos preços e do risco geopolítico ainda mais alto, temperados apenas pelos ainda razoáveis níveis de incerteza econômica, principalmente nos EUA e na Europa.
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