Tolmasquim

"Energia nuclear será fundamental para garantir demanda de energia no futuro"

Na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a energia nuclear só será uma fonte central de abastecimento dentro da matriz energética brasileira em um prazo de 20 a 25 anos, quando as usinas hidrelétricas não forem suficientes para atender à dema

Agência Brasil
14/07/2008 14:20
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Na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a energia nuclear só será uma fonte central de abastecimento dentro da matriz energética brasileira em um prazo de 20 a 25 anos, quando as usinas hidrelétricas não forem suficientes para atender à demanda do país.


Responsável pelo planejamento energético brasileiro de longo prazo, o presidente da EPE confirmou que as obras de construção da Usina Nuclear de Angra 3 deverão mesmo ter início em setembro, como vem sendo anunciado.


“A licença de instalação de Angra 3 deverá ser concedida no próximo dia 30 de agosto, como previsto, e as obras terão início logo em seguida. A partir daí deverão ser necessários mais cinco anos para a conclusão da unidade. O país já decidiu pela construção de outras quatro unidades e que deverão mesmo ter capacidade para gerar cerca de 1 mil megawatts cada uma – mas isto ainda está em analise. Este é um cenário para até 2030, quando todas as usinas deverão estar em operação”, previu.


No curto e no médio prazo, segundo Tolmasquim, o país continuará dependendo, na base, da energia proveniente das fontes hídricas, que são imbatíveis do ponto de vista do preço, daí a previsão de construção de novas unidades, inclusive as do Complexo do Rio Madeira: Jirau e Santo Antônio.


A importância que as usinas nucleares ganharão em um prazo de 20 a 25 anos na matriz energética brasileira, explica Tolmasquim, decorre da sua vantagem econômica em relação às outras fontes térmicas.
 

“As usinas movidas a partir do gás natural e de óleos [combustível e diesel] não são economicamente viáveis quando operando na base. O custo da energia produzido sai caro. Elas são atrativas ali paradas, quietinhas. Despachando só emergencialmente em caso de falta de chuvas. Portanto, em complementação à energia proveniente das hidrelétricas”, disse.


Na avaliação do presidente da EPE, porém, é preciso pensar no futuro e ele passa inevitavelmente pela fonte nuclear. “Hoje, as usinas que continuarão a operar na base serão as hidrelétricas. Em termos de preços, são inbatíveis. Agora, essas hidroelétricas, por mais otimismo que tenhamos quanto ao uso delas, não serão em número suficiente para atender àdemanda daqui a 20 anos. Precisaremos de outras fontes e aí é que entram as nucleares”, disse Tolmasquim.


Por isto mesmo o presidente da EPE defende a continuidade do Programa Nuclear Brasileiro. “A medida estratégica que se tem que ter é manter a capacitação na tecnologia nuclear para, quando for necessário, estarmos preparados para tal”, completou.
 

Tolmasquim lembrou que toda uma geração de cientistas e técnicos, preparada por ocasião do acordo nuclear Brasil/Alemanha, hoje já está se aposentando e, por isto mesmo, o país precisa dominar o ciclo do enriquecimento do urânio e para ter o combustível também é importante ter escala.
 

Tolmasquim informou, ainda, que existe hoje um comitê, formado por técnicos e cientistas dos ministérios de Minas e Energia, Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia que, além de estudar a reestruturação do Programa Nuclear Brasileiro, vai definir o local adequado para a construção dos depósitos definitivos para o armazenamento dos resíduos tóxicos decorrentes das atividades das usinas nucleares em atividade e a serem construídas até 2030.

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