Energia

El Paso recorre a ministra para solucionar impasse com Petrobras

Reunião em Brasília, que também contará com representantes da Petrobras, tentará evitar que estatal leve disputa de contrato da usina de Macaé para uma corte internacional. Presidente mundial da companhia também abordará problemas com Eletrobrás e governo do Paraná.


11/01/2005 02:00
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Disposta a manter o Brasil como uma de suas prioridades estratégicas no mundo, a texana El Paso Energy decidiu lançar mão de uma cartada definitiva para resolver as pendências nas quais está envolvida no país. O presidente mundial da companhia, Doug Foshee, desembarcou nesta terça-feira (11/01) em Brasília, onde se reunirá amanhã com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e a diretoria da Petrobras. A pauta do encontro, no entanto, inclui uma série de problemas que não se limitam apenas ao impasse da empresa com a Petrobras, por causa do contrato da usina termelétrica Macaé Merchant.
Além do impasse com a Eletrobrás, por conta do fornecimento para a distribuidora Manaus Energia, o executivo também discutirá o rompimento do contrato de geração da termelétrica de Araucária (PR) pelo governador Roberto Requião. O diretor executivo da Unidade de Negócios de Macaé da El Paso, Ricardo Martins, disse que, com a Petrobras, os entendimentos continuam, embora não tenha confirmado a oferta de venda da usina para a estatal por US$ 650 milhões, conforme especulações de mercado.
Segundo Martins, o objetivo da empresa é conseguir uma solução que permita um mínimo de prejuízo para a Petrobras. A estatal, por sua vez, alega que já contabilizou um prejuízo de US$ 200 milhões com o atual contrato, que foi firmado ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Pelo contrato, a petroleira brasileira se comprometeu a garantir, ao longo dos primeiros cinco anos de operação, o retorno dos US$ 716 milhões investidos integralmente pela El Paso na usina de 928 megawatts (MW). Caso a receita com a geração não atingisse o valor necessário para remunerar o negócio, a empresa brasileira arcaria com a diferença. Devido ao impasse nas negociações, a Petrobras anunciou que iria recorrer contra a El Paso em um tribunal internacional de arbitragem.
Além de lembrar do contexto no qual o contrato foi firmado - o país já dava sinais de que poderia ocorrer o racionamento de energia de 2001, o que demandou ações de urgência do governo federal para viabilizar a expansão da oferta de energia -, Martins afirmou que o investimento levava em conta os compromissos sinalizados pelo governo anterior, para tornar possível a transição do então modelo estatal do setor elétrico para um outro pautado principalmente por investimentos privados.
O executivo participou nesta terça-feira da cerimônia de lançamento do projeto de revitalização da iluminação da rua da Candelária, no Rio, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Também presente, o secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, criticou a decisão da Petrobras de recorrer a um tribunal internacional contra a El Paso por causa do contrato da Macaé Merchant. Segundo Victer, a iniciativa constituiria uma sinalização negativa aos investidores estrangeiros, no momento em que o governo federal prepara o leilão de novos projetos de geração elétrica (energia nova). "Nós vamos ter agora essa chamada para energia nova. Quem é que vai colocar dinheiro no país dessa forma?", questionou o secretário do Rio.
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