Jornal do Commercio
O total de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor de energia elétrica deverá superar em 15,6% os R$ 8,14 bilhões liberados no ano passado. O montante previsto para este ano é de R$ 9,41 bilhões, mas o banco acredita que o volume pode ser maior como já ocorreu em 2007.
De acordo com o diretor da área Infra-Estrutura da instituição, Wagner Bittencourt, o BNDES tem 122 projetos de energia elétrica em carteira. O financiamento total ao setor está previsto em R$ 35,3 bilhões e os investimentos totais, incluindo a parte das empresas tomadoras dos empréstimos, somam R$ 62 bilhões. Cerca de 90% destes recursos são destinados à geração de energia.
"Nossa carteira de energia elétrica é muito firme e tem perspectivas de crescimento. Desde 2003, nós já aprovamos o equivalente a 14,6 mil megawatts (MW) de geração de energia. São 128 projetos com financiamento de banco, de R$ 17,8 bilhões. Isso inclui usinas hidrelétricas, termelétricas, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), usinas de biomassa e eólicas", disse Bittencourt.
A carteira do BNDES no setor de energia de 2003 até março de 2008, incluindo projetos que ainda serão aprovados, totaliza financiamentos de R$ 65 bilhões e investimentos totais de R$ 112,8 bilhões, em 229 projetos.
No mesmo período, em transmissão de energia os 48 empreendimentos analisado pelo Banco somam financiamentos de R$ 8,3 bilhões. As operações acrescentam ao Sistema Interligado Nacional (SIN) 15,2 mil quilômetros de extensão de linhas de transmissão, primordiais para atender ao crescimento da demanda de energia em regiões distantes dos centros.
O BNDES tem atualmente 101 projetos em tramitação em geração elétrica, equivalentes a acréscimo de 14,2 mil MW ao parque instalado do país, de 100 mil MW. Os novos investimentos apoiados pelo BNDES vão gerar o suficiente para abastecer uma região com cerca de 30 milhões de habitantes.
"Se pensarmos que a capacidade do país é de 100 mil MW, este volume de 14,2 mil MW, com os 14,6 mil MW antigos financiados pelo BNDES, representam quase 30% da capacidade de geração do Brasil", comentou o diretor.
Bittencourt destacou a importância dos financiamentos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, o banco tem 93 projetos ligados à área de energia, que somam financiamentos de R$ 36,5 bilhões e investimentos de R$ 60,6 bilhões. Deste total, 59 já foram aprovados.
"O PAC foi lançado no princípio do ano passado e já há uma quantidade significativa de projetos aprovados", afirmou Bittencourt. "O BNDES já aprovou, em termos de geração elétrica, capacidade instalada de 4,6 mil MW em 53 projetos. O financiamento é de R$ 11 bilhões e os investimentos totalizam R$ 15,6 bilhões. Além disso, temos 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão em seis projetos, com R$ 1 bilhão financiado pelo banco e investimentos de R$ 1,5 bilhão."
Entre os principais projetos já aprovados estão a Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito, entre Maranhão e Tocantins, com 1.087 MW, UHE Foz do Chapecó, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 855 MW e UHE Simplício, entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 334 MW. Em bioeletricidade, o BNDES tem oito projetos em carteira, com capacidade de geração total de 366 MW e financiamentos de R$ 819 milhões.
No ano passado, o total de aprovações do banco foi de R$ 12,7 bilhões, ou 270% a mais que em 2006. Os números representaram acréscimo de 3,6 mil MW de capacidade de geração e de 2,8 mil quilômetros de linhas de transmissão.
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