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A Petrobrás e a estatal venezuelana PDVSA decidirão, até dezembro, se prosseguem os estudos para a construção do Gasoduto do Sul, projeto capitaneado pelo governo Hugo Chávez com o objetivo de levar gás da Venezuela ao sul do continente, num percurso de 8 mil quilômetros. Segundo o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, é esse o prazo final para a entrega do estudo de viabilidade do empreendimento. "Há uma série de questões pendentes do ponto de vista técnico", ponderou o executivo.
Em entrevista ao Estadão publicada domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o interesse do governo brasileiro em estudar o projeto, que parecia estar sendo cozinhado em banho-maria pela estatal brasileira, hoje buscando gás natural de fontes fora do continente. `Se ficar comprovada toda a reserva de gás da faixa do Orinoco, nós temos um potencial extraordinário para desenvolver a América do Sul`, afirmou o presidente.
A certificação das reservas venezuelanas, por sinal, foi uma das `questões pendentes` citadas por Gabrielli em entrevista coletiva ontem. A Venezuela estima ter 4,2 trilhões de metros cúbicos de gás natural - mais de 10 vezes as reservas brasileiras - mas há, no mercado, grande desconfiança com relação aos números divulgados por Chávez. O projeto inicial previa a interligação até Buenos Aires, com capacidade para transportar 150 milhões de metros cúbicos por dia e investimentos superiores a US$ 20 bilhões.
Segundo Gabrielli, é preciso definir questões como o traçado, as tarifas e a estrutura acionária do projeto. Durante a feira Rio Oil & Gas, no ano passado, a PDVSA apresentou uma versão reduzida do empreendimento, ligando as reservas venezuelanas ao Maranhão apenas. Dali, o gás seria inserido na malha brasileira de gasodutos.
O presidente da Petrobrás reiterou que a empresa vai construir a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, independentemente da participação da PDVSA. As duas companhias estão estudando uma parceria que envolve a troca de fatia no projeto brasileiro por participação da Petrobrás em reservas da bacia venezuelana do Orinoco. Gabrielli esteve em Caracas na quinta-feira para discutir a questão, mas não quis adiantar novidades: `Negociações como essa demoram mesmo.`