País

Dados sobre pré-sal são públicos, afirma ANP

Leilão será em 21 de outubro.

Valor Econômico
10/09/2013 14:10
Visualizações: 94

 

A notícia de que a Petrobras poderia ter sido alvo de espionagem do governo americano levou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) procurar, ontem, às pressas, o mercado para confirmar a realização do leilão de Libra, em 21 de outubro. Será a primeira área do pré-sal a ser licitada sob regime de partilha.
Magda Chambriard, diretora-geral da agência, quis afastar possíveis especulações de que a concorrência estava ameaçada. "As informações do leilão são públicas, não exclusivas. Não há nada que mude o processo, ou dê vantagem a um ou outro participante. Há igualdade de oportunidades", disse Magda, ao Valor.
A diretora da agência disse que as denúncias de espionagem envolvendo a Petrobras não afetam a ANP. A diretora afirmou que a agência não planeja tomar medidas especiais contra espionagem. O Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP), da ANP, não está na internet.
A possível espionagem foi repudiada por todos os especialistas procurados pelo Valor, mas nenhum deles consegue mensurar os riscos que a petroleira corre. Questões estratégicas, como tecnologia para águas profundas e de possíveis negócios, foram os temas mais preocupantes.
Especialistas ponderam que atividades da empresa são publicadas na ANP e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que diz Wagner Freire, ex-diretor de exploração e produção da Petrobras. "As empresas de petróleo têm razoável conhecimento do que se passa no setor e sobre seu potencial. Não se pode falar muito em segredo", disse. "Não tenho a menor ideia do que o governo americano quer."
Segundo Freire, o avanço tecnológico não é um assunto exclusivamente brasileiro. "Uma das áreas de maior avanço tecnológico fica no Golfo do México, porque lá o mercado é muito disputado. "
Para David Zylbersztajn, ex-diretor da ANP, a Petrobras não é afetada em um primeiro momento. "Espionagem sempre existiu, e com as mesmas finalidades", reiterou. Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), ressaltou que há pontos que podem ser "segredos estratégicos", como tecnologias e o conhecimento das bacias sedimentares do país.
Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ, alertou para a vulnerabilidade das informações da estatal e do governo. Segundo ele, caso a estatal esteja sendo espionada, ela pode perder em negociações. Para ele, o Brasil "tem uma debilidade imensa na questão de segurança".
Pires afirmou que especulações acerca de um fato que ainda não se tem muito conhecimento podem "despertar teses nacionalistas retrógradas". Para ele, o setor precisa de investimentos estrangeiros para se desenvolver. "Petróleo no fundo do mar não serve para nada", disse.
Em nota, a Petrobras informou que "dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para a proteção de sua Rede Interna de Computadores (RIC)".

A notícia de que a Petrobras poderia ter sido alvo de espionagem do governo americano levou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) procurar, ontem, às pressas, o mercado para confirmar a realização do leilão de Libra, em 21 de outubro. Será a primeira área do pré-sal a ser licitada sob regime de partilha.

 

Magda Chambriard, diretora-geral da agência, quis afastar possíveis especulações de que a concorrência estava ameaçada. "As informações do leilão são públicas, não exclusivas. Não há nada que mude o processo, ou dê vantagem a um ou outro participante. Há igualdade de oportunidades", disse Magda, ao Valor. A diretora da agência disse que as denúncias de espionagem envolvendo a Petrobras não afetam a ANP. A diretora afirmou que a agência não planeja tomar medidas especiais contra espionagem. O Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP), da ANP, não está na internet.

A possível espionagem foi repudiada por todos os especialistas procurados pelo Valor, mas nenhum deles consegue mensurar os riscos que a petroleira corre. Questões estratégicas, como tecnologia para águas profundas e de possíveis negócios, foram os temas mais preocupantes.


Especialistas ponderam que atividades da empresa são publicadas na ANP e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que diz Wagner Freire, ex-diretor de exploração e produção da Petrobras. "As empresas de petróleo têm razoável conhecimento do que se passa no setor e sobre seu potencial. Não se pode falar muito em segredo", disse. "Não tenho a menor ideia do que o governo americano quer."
Segundo Freire, o avanço tecnológico não é um assunto exclusivamente brasileiro. "Uma das áreas de maior avanço tecnológico fica no Golfo do México, porque lá o mercado é muito disputado. "


Para David Zylbersztajn, ex-diretor da ANP, a Petrobras não é afetada em um primeiro momento. "Espionagem sempre existiu, e com as mesmas finalidades", reiterou. Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), ressaltou que há pontos que podem ser "segredos estratégicos", como tecnologias e o conhecimento das bacias sedimentares do país.


Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ, alertou para a vulnerabilidade das informações da estatal e do governo. Segundo ele, caso a estatal esteja sendo espionada, ela pode perder em negociações. Para ele, o Brasil "tem uma debilidade imensa na questão de segurança".


Pires afirmou que especulações acerca de um fato que ainda não se tem muito conhecimento podem "despertar teses nacionalistas retrógradas". Para ele, o setor precisa de investimentos estrangeiros para se desenvolver. "Petróleo no fundo do mar não serve para nada", disse.


Em nota, a Petrobras informou que "dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para a proteção de sua Rede Interna de Computadores (RIC)".

 

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