O tema central da cúpula União Europeia-Rússia desta quarta-feira, em Estocolmo, Suécia, será a energia, disse nesta segunda uma fonte do bloco, que destacou a importância de um memorando assinado também nesta segunda em Moscou sobre segurança energética.
Agência LusaO tema central da cúpula União Europeia-Rússia desta quarta-feira, em Estocolmo, Suécia, será a energia, disse nesta segunda uma fonte do bloco, que destacou a importância de um memorando assinado também nesta segunda em Moscou sobre segurança energética.
A reunião entre autoridades russas e europeias acontecerá em Estocolmo, na Suécia, país que preside temporariamente o bloco europeu, e contará com a presença do governante russo, Dmitri Medvedev, do presidente da Comissão Europeia (órgão Executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, e do primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt.
O memorando foi assinado nesta segunda entre o comissário europeu para a Energia, Andris Piebalgs, e o ministro russo da Energia, Sergei Shmatko. O documento cria um sistema de alerta rápido para eventuais interrupções no abastecimento de gás natural, petróleo e eletricidade da Rússia à UE.
Com este sistema, a Comissão Europeia espera prevenir situações de cortes no fornecimento energético por parte da Rússia, como aconteceu em janeiro deste ano.
Fonte europeia acredita que esta é "a ferramenta adequada para lidar com a situação" de uma eventual interrupção, sendo que, caso ocorra uma situação de emergência, será criado um grupo especial de monitoramento.
O sistema de alerta inclui um grupo de peritos indicados pelas duas partes para prevenir e resolver situações de emergência.
Conflitos políticos
Cerca de 25% do gás natural importado pela UE provêm da Rússia, e 80% são transportados via Ucrânia. Tensões entre os dois países, especificamente relacionados ao pagamento pela parte ucraniana, têm provocado cortes no abastecimento, com consequências para a UE.
"Trata-se de um documento com forte carga política e que está longe de resolver o problema", afirmou à Agência Lusa uma fonte diplomática, que alegou que a razão para o impasse é que "os países de trânsito ficam de fora do memorando".
A questão das mudanças climáticas também estará na agenda da cúpula, sendo que a UE espera da Rússia uma posição ambiciosa, especificamente em termos de eficiência energética.
"O protocolo de Quioto só entrou em vigor porque a Rússia o assinou", lembrou uma fonte do bloco.
Do lado da Presidência sueca, a ênfase reside na questão dos direitos humanos, e a Comissão Europeia indicou que também abordará o tema.
Parceria
O acordo de parceria e cooperação entre Rússia e UE não será assinado em Estocolomo, mas será analisado.
"Esse avanço não é muito rápido, porque o acordo abarca todos os domínios da nossa parceria, mas avançamos", defendeu Vladimir Tchijov, representante permanente russo no bloco.
O pacto entre Rússia e União Europeia expirou em 2007, sendo automaticamente prorrogado. A sexta sessão de negociações sobre o novo acordo aconteceu no início de outubro.
Medvedev pretende também abordar com os dirigentes da UE a iniciativa de criar um espaço euro-atlântico comum de segurança.
Em junho de 2008, o presidente russo sugeriu um tratado de segurança na Europa, cujos pilares são o respeito à soberania e à integridade territorial dos Estados, o não recurso à força armada, o controle dos armamentos e o princípio segundo o qual nenhuma organização internacional tem o direito exclusivo de garantir a segurança no continente.
UE e Estados Unidos consideram que não existe necessidade de assinar novos documentos nesta área, e consideram suficientes os mecanismos e organizações já existentes.
Os dirigentes russos e europeus discutirão também problemas internacionais, como a situação em Afeganistão, Oriente Médio e o programa nuclear do Irã.
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