Energia elétrica

Consumo fraco derruba preço da energia elétrica no mercado livre

Reuters, 31/12/2016
31/12/2016 16:39
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Um consumo de eletricidade ainda em retração no Brasil e previsões de início de retomada da atividade econômica apenas a partir de meados de 2017 derrubaram os preços da eletricidade no mercado livre, no qual grandes consumidores negociam contratos diretamente com usinas geradoras ou comercializadoras.

A queda foi ajudada ainda por um período de chuvas dentro das expectativas, que segura as cotações até o momento, devido à predominância das hidrelétricas na produção de energia elétrica do Brasil, segundo especialistas consultados pela Reuters.

De acordo com a consultoria Dcide, contratos trimestrais de energia convencional eram negociados no mercado livre nesta semana a 97,8 reais por megawatt-hora, queda de 28 por cento ante os 135,8 reais praticados no final de novembro.

Já os contratos de longo prazo de energia convencional estão na casa dos 142 reais por megawatt-hora nesta semana, ante 152 reais ao fim de novembro --uma retração de 6,6 por cento.

Em novembro, empresas como a AES Tietê chegaram a falar em tendência altista para os preços, mas o sinal mudou após o governo rever para baixo as projeções de carga de energia para os próximos anos.

"É um efeito natural dessa desaceleração, não retomada econômica, e do início do período úmido, que está vindo dentro de uma expectativa razoável", disse o sócio da consultoria Esfera Energia, Braz Justi.

Preços spot

Já o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é utilizado no mercado spot, mas influencia os preços no mercado livre, deve ter em janeiro uma média de 70 reais por megawatt-hora no Sudeste/Centro-Oeste, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, ante cerca de 114 reais na última semana de dezembro.

A projeção representa recuo relevante frente o início de dezembro, quando a CCEE via o PLD de janeiro em cerca de 160 reais. Em novembro, a projeção chegou a apontar janeiro com cotações próximas dos 290 reais.

Segundo o diretor de Regulação da Safira Energia, Fábio Cuberos, o patamar mais baixo de preços está associado à carga menor e às chuvas, mas também a uma revisão para baixo no PLD de novembro e das primeiras semanas de dezembro realizada pela agência reguladora (Aneel), que disse no início do mês ter encontrado erros nos cálculos e determinou a republicação dos preços.

Ele disse acreditar que poderá haver uma ligeira correção para cima no PLD, que poderá até alcançar valores na casa dos 130 reais de acordo com a evolução das chuvas, que não estão tão promissoras para o início de janeiro.

Mas um impacto mais relevante de alta deve ser sentido principalmente a partir de maio, segundo Cuberos, uma vez que nesse mês será realizada uma mudança na metodologia de cálculo do PLD.

"Todos as simulações apontam para elevação de preço com esses novos parâmetros", disse.

Em outubro, a Safira Energia projetou que essa mudança no PLD a partir de maio poderia elevar as cotações médias em cerca de 40 por cento.

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