Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Brasília para a Rádio ONU.
O novo relatório Panorama dos Mercados de Matérias-Primas, ou Commodity Markets Outlook, do Banco Mundial, afirma que os preços do petróleo em todo o mundo continuarão caindo em 2016, mas a queda será menos acentuada do que no ano passado.Segundo o documento, em 2016, o declínio deverá ser de 27%, em comparação com os 47% de 2015.
Recuperação Gradual
Neste ano, o barril deverá chegar a US$ 37, valor bem menor do que os US$ 51 previstos pelo Banco em suas projeções de outubro passado. Isso tem a ver com diversos fatores de oferta e demanda.Entre eles, estão a retomada das exportações do Irã, os ganhos de eficiência e cortes de custos na produção dos Estados Unidos e a perspectiva de crescimento fraco nos países emergentes, como o Brasil.Apesar das atuais tendências de baixa, o relatório fala de uma recuperação gradual nos preços do petróleo ao longo do ano. Mas, segundo o Banco Mundial, ela possivelmente será menor do que a ocorrida depois das quedas acentuadas em 2008, 1998 e 1986.
Matérias-Primas
Além dos mercados do petróleo, todos os principais índices de preços de matérias-primas devem cair em 2016, devido à oferta elevada.No caso dos produtos industriais, a queda será por causa da menor demanda nas economias emergentes, como Brasil, China, Índia e Rússia. 37 dos 46 produtos monitorados pelo Banco Mundial ficarão mais baratos este ano.Os valores de bens não energéticos vão baixar 3,7% em 2016, com destaque para os metais, cujos preços terão declínio de 10%, depois dos 21% de queda em 2015. Já os preços agrícolas devem cair 1,4%, com a redução em quase todos os principais grupos de matérias-primas.O Brasil, em particular, puxará para baixo o preço de muitos desses insumos, como café, minério de ferro e fertilizantes.
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