Política

Audiência pública na Câmara avalia receptividade à MP do Setor Elétrico

Objetivo era discutir o novo modelo energético.

Agência Brasil
05/12/2012 18:47
Visualizações: 109

 

Audiência pública na Câmara avalia receptividade à MP do Setor Elétrico
05/12/2012 - 15h28
Nacional
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o novo modelo energético, serviu hoje (5) de termômetro para avaliar como a Medida Provisória (MP) do Setor Elétrico está sendo recebida por representantes de diferentes associações empresariais do setor. A recusa das empresas Cesp, Cemig e Copel – dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná – em renovar suas concessões de geração também foram avaliadas na audiência.
O presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Veloso, disse que a redução na tarifa de energia – de aproximadamente 17%, é positiva, apesar de ficar abaixo da previsão inicial, que era 20%. Ele, no entanto, criticou o fato de o governo não ter apresentado a MP antes. “Há 20 anos sabíamos do vencimento dessas concessões. Por isso, ela [a MP] poderia ter sido enviada anteriormente para a nossa análise”, disse.
Para Veloso, a medida falha ao não favorecer o mercado livre, em que grandes consumidores negociam diretamente a compra de energia com as geradoras ou por intermédio de algum comercializador. “A carga tributária faz a conta de energia dobrar. Essa questão é recorrente, mas até hoje insolúvel. Há também ameaça ao mercado livre de energia elétrica, espaço onde a competição é assegurada e o consumidor pode fazer o melhor negócio”, disse.
O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa fez coro. “Nós [do mercado consumidor livre] também pagamos por esses investimentos e não vamos receber a parcela dessa energia depreciada. Isso é um problema que afeta a competitividade”, disse.
A Abrace será “particularmente afetada” por suas associadas não terem os mesmos benefícios dos consumidores cativos. Segundo Pedrosa, o gasto com energia para a indústria chega a representar 40% do custo total. Em alguns casos mais extremos, acrescenta, chega a 70%.
“Se [os consumidores livres] não receberem cotas de energia [a chamada energia velha, gerada a partir das concessões que estão por vencer e, futuramente, mais barata] pode haver aumento nos preços no mercado livre em curto prazo. No longo prazo, ficaremos com um problema estrutural de um plataforma que não será sustentável”, argumentou.
Para o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, o objetivo do governo de uma redução mais significativa das tarifas poderia ser alcançado por outros caminhos. “Há espaço para mais redução, em especial por PIS, Pasep e Cofins, além dos ICMS [cobrados nos estados]”.
A recusa das empresas Cesp, Cemig e Copel em renovar suas concessões de geração também repercutiram na audiência. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, a decisão das empresas de São Paulo, Minas Gerais e do Paraná “confirma o que já dissemos: a tarifa não é suficiente para remunerar os custos envolvidos”.
Opinião similar tem a representante da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Denise Sabbag. “Tivemos a certeza de que muitos dos nossos medos se verificaram, e os próprios termos aditivos dos contratos, que entendemos como novos contratos, comprovam isso.”

Uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o novo modelo energético, serviu hoje (5) de termômetro para avaliar como a Medida Provisória (MP) do Setor Elétrico está sendo recebida por representantes de diferentes associações empresariais do setor. A recusa das empresas Cesp, Cemig e Copel – dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná – em renovar suas concessões de geração também foram avaliadas na audiência.


O presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Veloso, disse que a redução na tarifa de energia – de aproximadamente 17%, é positiva, apesar de ficar abaixo da previsão inicial, que era 20%. Ele, no entanto, criticou o fato de o governo não ter apresentado a MP antes. “Há 20 anos sabíamos do vencimento dessas concessões. Por isso, ela [a MP] poderia ter sido enviada anteriormente para a nossa análise”, disse.


Para Veloso, a medida falha ao não favorecer o mercado livre, em que grandes consumidores negociam diretamente a compra de energia com as geradoras ou por intermédio de algum comercializador. “A carga tributária faz a conta de energia dobrar. Essa questão é recorrente, mas até hoje insolúvel. Há também ameaça ao mercado livre de energia elétrica, espaço onde a competição é assegurada e o consumidor pode fazer o melhor negócio”, disse.


O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa fez coro. “Nós [do mercado consumidor livre] também pagamos por esses investimentos e não vamos receber a parcela dessa energia depreciada. Isso é um problema que afeta a competitividade”, disse.


A Abrace será “particularmente afetada” por suas associadas não terem os mesmos benefícios dos consumidores cativos. Segundo Pedrosa, o gasto com energia para a indústria chega a representar 40% do custo total. Em alguns casos mais extremos, acrescenta, chega a 70%.


“Se [os consumidores livres] não receberem cotas de energia [a chamada energia velha, gerada a partir das concessões que estão por vencer e, futuramente, mais barata] pode haver aumento nos preços no mercado livre em curto prazo. No longo prazo, ficaremos com um problema estrutural de um plataforma que não será sustentável”, argumentou.


Para o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, o objetivo do governo de uma redução mais significativa das tarifas poderia ser alcançado por outros caminhos. “Há espaço para mais redução, em especial por PIS, Pasep e Cofins, além dos ICMS [cobrados nos estados]”.


A recusa das empresas Cesp, Cemig e Copel em renovar suas concessões de geração também repercutiram na audiência. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, a decisão das empresas de São Paulo, Minas Gerais e do Paraná “confirma o que já dissemos: a tarifa não é suficiente para remunerar os custos envolvidos”.


Opinião similar tem a representante da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Denise Sabbag. “Tivemos a certeza de que muitos dos nossos medos se verificaram, e os próprios termos aditivos dos contratos, que entendemos como novos contratos, comprovam isso.”

 

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