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Apesar de quebra da cana, Copersucar avança

Valor Econômico
08/12/2011 17:30
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Apesar da quebra da safra de cana-de-açúcar entre suas associadas, a Copersucar conseguiu avançar nos volumes negociados nesta temporada. Até o fim do ciclo, a empresa deve vender 7,5 milhões de toneladas de açúcar - 44% mais do que os 5,24 milhões de toneladas registradas na safra passada - e 4,7 bilhões de litros de etanol, aumento de 32% sobre o volume de 3,55 bilhões de litros vendidos em 2010/11.

A maior participação dos não associados foi fundamental nesse desempenho, explica o CEO da Copersucar, Paulo Roberto de Souza. Isso porque, somadas, as 48 usinas associadas tiveram quebra de safra de 15%. Assim, em vez de 100 milhões de toneladas, moeram apenas 85 milhões de toneladas.

Assim, do total previsto de venda de açúcar, em torno de 30% virão de não associados. No caso do etanol, esse volume ainda é pequeno, de cerca de 4% do total. "Os não associados vêm se fidelizando safra após safra", diz o presidente do conselho de administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti.

A previsão inicial era de que a originação de açúcar (de não associados) atingisse neste ano produto (açúcar e etanol) equivalente 20 milhões de toneladas de cana, mas já atingiu 25 milhões de toneladas. "Em cinco anos, esse número dobra para 50 milhões de toneladas", estima ele.

Para o ano que vem, a empresa aposta na recuperação dos canaviais de seus associados e prevê ampliar significativamente sua comercialização. As vendas de açúcar devem crescer em 1 milhão de toneladas e as de etanol, entre 800 milhões e 1 bilhão de litros. "A produção das associadas volta a crescer para 75% a 80% no caso do açúcar", afirma Pogetti.

A empresa não informa que volumes e preços fixou para a commodity que será produzida na próxima safra, mas trabalha com a possibilidade de que o superávit global do produto no ano que vem possa pressionar as cotações.

"O açúcar VHP (bruto) deve ficar em "equilíbrio" entre janeiro e março, quando pode ser criado um superávit, sobretudo por causa da safra indiana", diz Paulo Roberto de Souza. Ainda assim, continua ele, há dúvidas sobre os volumes que serão exportados pela Índia.

Isso porque, mesmo com autorização do governo para exportar, as usinas indianas só conseguem embarcar o produto se os preços internacionais reagirem. "Esse gatilho é acionado se os preços no Norte do país asiático atingirem o equivalente a 28 centavos de dólar por libra-peso e na região de Maharastra, baterem 26 centavos de dólar a libra-peso", diz Souza.

"Avalio que em 2012 o ambiente estará propício para formação de estoques pelos países consumidores", afirma, explicando sua percepção mais altista do mercado. Para o mercado interno, ele não vê disparadas de preço no curtíssimo prazo para o açúcar branco, mais especificamente, na entressafra, como ocorreu em 2010/11.

Para 2012/13, a Copersucar espera que os associados processem 100 milhões de toneladas de cana. Para o Centro-Sul a projeção é de 540 milhões de toneladas, ante as 490 milhões de toneladas que devem ser moídas neste ciclo. "A região teve produtividade média de 68 toneladas de cana por hectare. O normal seria de 82 a 85. Se em 2012 ficar em 74 toneladas, já significará safra de 540 milhões", argumenta Pogetti.
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