Combustíveis

Álcool deverá continuar em alta em 2006/07

Valor Econômico
08/03/2006 03:00
Visualizações: 154

 Os preços do álcool combustível deverão se manter firmes durante a safra 2006/07 mesmo com as perspectivas de uma nova produção recorde de cana no Centro-Sul do país. Na região, a colheita foi antecipada de maio para março justamente para brecar a atual disparada do álcool no mercado.

Levantamento da consultoria Datagro mostra que os preços do álcool combustível (posto usina) podem recuar, em média, para até R$ 0,90 o litro (sem impostos) no pico da colheita, entre junho e agosto - hoje estão em quase R$ 1,20 -, mas ainda assim ficarão 50% acima da média observada no mesmo período do ciclo 2005/06.

Os sinais de estoques de passagem ainda apertados em 2006/07 - praticamente zerados em maio do ano que vem - darão suporte aos preços, segundo Plínio Nastari, presidente da Datagro, que participou ontem do 5º Workshop Marketing Sucroalcooleiro, em São Paulo. Nastari lembrou que este é o quarto ano seguido de déficit de açúcar no mundo (em torno de 2,2 milhões de toneladas) e que a forte demanda global por álcool continuará.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), feito de 26 de fevereiro a 4 de março, indicou que os preços médios do litro do álcool combustível ao consumidor ficou em R$ 1,705 no Estado de São Paulo, alta de 8,9% em relação ao período de 19 e 25 de fevereiro. Na mesma comparação, a gasolina subiu 2,2%, para R$ 2,424.

Nos postos de São Paulo, o litro de álcool chega a R$ 2. Os preços médios do litro do álcool no país ficaram em R$ 1,879 de 26 de fevereiro a 4 de março, 5,2% acima da semana anterior. O litro da gasolina ficou em R$ 2,536, um aumento de 1,15%.

Os preços não cederam mesmo com o início antecipado da colheita de cana e com as perspectivas de uma produção recorde. No Centro-Sul, a safra será 8% maior, em torno de 365 milhões de toneladas, prevê a Datagro. A produção de álcool na região está estimada em 15,223 bilhões de litros, 6% acima de 2005/06 (ver tabela). As exportações de álcool deverão se manter firmes, em 2,6 bilhões de litros - mesmo patamar do ciclo anterior.

Embora a colheita antecipada não tenha pressionado as cotações nas bombas, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, acredita que a entrada da safra deverá amenizar a crise de preço do álcool. De acordo com ele, o resultado da medida deverá ter impacto a partir da segunda semana de abril.

Em evento na Bahia, o ministro lembrou que São Paulo e Mato Grosso do Sul começaram a moagem nesta semana e que Minas dará o início à safra nos próximos dias. Para ele, a medida do governo de reduzir a mistura do álcool na gasolina de 25% para 20% também exercerá pressão sobre os preços.

Segundo Nastari, a economia com a redução da mistura evitará estoques negativos em 2007. Ele estima que 60% dos carros flex fuel usarão álcool para abastecer o veículo em 2006/07, ante 75% em 2005/06.

Segundo a Folhanews, o Ministério de Minas e Energia estuda a possibilidade de as distribuidoras fazerem contratos futuros para compra de álcool anidro, para garantir o abastecimento. O governo também avalia proposta de alteração da Lei do Petróleo para que o álcool passe a ser tratado como combustível, não como produto agrícola.

Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

19