Valor Econômico/ag.
A Agência Internacional de Energia (AIE) advertiu, nesta terça-feira (03/05) que os investimentos dos países produtores de petróleo e das companhias energéticas estão sendo insuficientes para atender ao crescimento da demanda.
Ao término de um encontro de 26 ministros de Energia durante dois dias em Paris, Claude Mandil - o chefe da AIE, que é vinculada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - disse que nem mesmo o fato de os preços de energia estarem próximos dos níveis recordes está sendo capaz de gerar investimentos na produção de petróleo e gás, refinamento e geração e transmissão de energia.
"Acreditamos que o alto preço da energia (petróleo, gás e carvão) está afetando a economia, em menor grau nos países-membros da OCDE e mais nos países menos desenvolvidos. Trata-se de um problema insustentável a longo prazo", afirmou Mandil.
Segundo o representante australiano, Ian Macfarlane, na reunião discutiu-se a necessidade de investimentos de US$ 20 trilhões a US$ 30 trilhões. A AIE estima em US$ 16 trilhões os gastos necessários até 2030, mas, de acordo com o chefe da agência, sequer essa estimativa mais modesta está sendo atendida pelos investimentos globais. "Estamos fora dos trilhos", disse Mandil.
Os países presentes ao encontro concordaram em definir prioridades para o trabalho da AIE, destacando a eficiência energética nos transportes e edifícios, o desenvolvimento de tecnologias de combustão menos poluentes - como o chamado "carvão limpo" - e a redução, captura e armazenamento do dióxido de carbono produzido pelos combustíveis fósseis.
No entanto, os ministros não definiram metas específicas para obter melhor eficiência energética e tampouco os métodos pelos quais pretendem "reduzir o impacto ambiental da crescente dependência do mundo em relação a combustíveis fósseis".
O comunicado da AIE divulgado ao final da reunião também classificou como "grande desafio" o atendimento à crescente demanda energética na China.
"A segurança energética é um desafio não apenas para os Estados Unidos mas para todas as nações", disse Sam Bodman, secretário de Energia norte-americano. Maior consumidor de energia do planeta, os Estados Unidos não construíram nenhuma nova refinaria ou usina nuclear no último quarto de século.
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