Tribuna Catarinense
A Petrobras começa a expandir as fronteiras do pré-sal já concedido à iniciativa privada (Shell, BR, Petrogal, Repsol, Partex, BG, Esso, Amerada). A companhia está aumentando a profundidade das perfurações nos poços localizados longe de Tupi, Carioca, Júpiter e vizinhos que até então concentravam as atenções. Fora do eixo Rio-São Paulo, duas áreas no litoral de Santa Catarina começaram a ser perfuradas nos últimos dias e a expectativa é encontrar hidrocarbonetos tanto em cima como embaixo da camada de sal. A Petrobras também deu início à produção do primeiro óleo da camada pré-sal no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, litoral sul do Espírito Santo. Ao iniciar ali a produção do pré-sal, a estatal petrolífera está dando um passo decisivo na ampliação dos conhecimentos que a levarão a desenvolver as reservas de pré-sal localizadas no Espírito Santo e em outras partes do litoral brasileiro.
Porém, uma declaração recente do presidente José Sérgio Gabrielli poderá afetar o plano de investimentos da estatal. Em virtude da atual crise financeira mundial, o plano poderá sofrer um prolongamento em sua aplicação, que deveria integralizar R$ 112 bilhões até 2013, mas que pode se estender até 2020.
Até Santa Catarina - Nos últimos anos a Petrobras investiu cerca de R$ 1,7 bilhões na perfuração de 15 poços na camada do pré-sal. Destes, oito já foram testados e indicaram presença de petróleo leve de alto valor comercial e grande quantidade de gás natural associado, mas - segundo a Petrobras - ainda não tiveram declarada a comercialidade, estando, portanto, em fase de avaliação. Para atingir as camadas pré-sal, entre 5 e 7 mil metros de profundidade, a Petrobras desenvolveu novos projetos de perfuração, onde mais de 2 mil metros de sal foram atravessados. Os dados obtidos por esses poços possibilitaram delimitar com elevado grau de segurança que as rochas do pré-sal estendem-se por uma área que vai do Espírito Santo a Santa Catarina, com 800 km de extensão e 200 km de largura, em lâmina d´água entre 1 e 3 mil metros de profundidade, segundo informações da estatal.
Durante a realização do 44º Congresso Brasileiro de Geologia, que se encerrou dia 31 em Curitiba, o coordenador de produção da Escola de Ciência e Tecnologia de Exploração e Produção da Universidade Petrobras, Gerson Terra, falou sobre "Expansão e Qualidade do Trabalho para Geólogo". Gerson apontou as ações de efetivação de profissionais de geologia e geofísica, como também os treinamentos e capacitações que a Petrobras realiza com seus profissionais. "Hoje são aproximadamente 1.800 geocientistas atuando na empresa, que emprega o maior número de geólogos do Brasil, mantendo também o melhor corpo de profissionais", disse. Segundo o coordenador, a recém-descoberta do pré-sal provocou investimentos e a necessidade de profissionais para estudos e exploração. "Serão mais de US$ 1,5 milhão em investimentos em pesquisas até o ano de 2.011", afirma.
Weg - Uma empresa que é ícone empresarial e tecnológico de Santa Catarina, a Weg, decidiu entrar no setor de petróleo, de olho no mercado promissor da camada de petróleo pré-sal. E tem uma meta ambiciosa: conquistar fatia de 50% de participação no mercado de fornecimento de equipamentos, como geradores para as plataformas, motores para bombas, módulos de compressão e tintas especiais. A empresa também desenvolveu sistema de refrigeração a água para os inversores de freqüência e a realização de projetos dedicados para a aplicação de motores e propulsores, cuja potência pode alcançar 1,8 mil kW.
Vão faltar engenheiros - Conforme a Univali, vão faltar engenheiros no mercado de trabalho, devido à expansão dos setores naval e petrolífero. Essa expansão apontam o caminho para a área de engenharia industrial-mecânica, cujo curso, na Univali, é dos mais procurados atualmente - e com prestígio nacional. O professor Barddal, da instituição, afirma que "com a expansão da área de construção naval e prospecção de petróleo, vão faltar engenheiros no mercado".
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