Evento

Webinar UDOP: Etanol pode ser beneficiado pós-crise do Covid-19

Redação/Assessoria UDOP
15/04/2020 14:32
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A UDOP realizou ontem, terça-feira (14), o Webinar: "Vivemos a pior crise do setor da bioenergia?". O objetivo foi de discutir com especialistas como a pandemia do Covid-19 e a queda no preço do petróleo atingem o setor da bioenergia. Foram mais de mil visualizações simultâneas.

Os palestrantes foram Jacyr da Costa Filho, Presidente do Cosag - Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e Membro do Comitê Executivo do Grupo Tereos; Pedro Robério de Melo Nogueira, Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas; Luiz Augusto Horta Nogueira, Coordenador do BIOEN - Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia e ainda Luiz Carlos Corrêa Carvalho - Caio, Diretor da Canaplan e Conselheiro da UDOP e da Unica, que também moderou o encontro.

Na abertura do webiniar, os palestrantes falaram sobre pontos positivos e negativos da atual crise. Emuma breve introdução, o presidente da Canaplan falou que o setor vive hoje a chamada "tempestade perfeita". Caio ressaltou que as perspectivas neste início de ano eram de um ciclo virtuoso de crescimento para o setor, com a entrada em vigor, efetivo, do RenovaBio, além de boas perspectivas mundiais, mas que, de uma pra outra, o mundo virou de cabeça pra baixo.

"Passamos a ter um excedente enorme de petróleo, vimos os preços do barril despencarem, e do lado do agro somos um dos setores que mais sofre os efeitos dessa crise, potencializada com o Covid-19 e o baixo consumo de etanol", destacou Caio.

O moderador do webinar ainda falou dos ciclos que o setor enfrentou nas últimas décadas. Segundo ele, os 14 primeiros anos do ProÁlcool foram muito positivos, seguidos por outros 14 anos muito difíceis. Na sequência foram 6 anos de expansão, com o advento do carro flex e 8 anos amargos, com o governo populista do PT — Partido dos Trabalhadores. "Agora, a sensação era de um novo ciclo virtuoso", destaca.

Para Jacyr da Costa Filho o que difere o atual momento de outros colapsos que atingiram o setor da bioenergia no passado, é que esta crise atinge a praticamente todos os segmentos. "Sendo uma crise geral, eu acredito que teremos uma solução mais global. Vamos sair mais preocupados com saúde pública". O especialista citou exemplos de estudos que ligam a poluição ao maior número de casos positivos de coronavírus. "Essa preocupação que tem com a poluição e a correlação com a saúde pública será um dos legados deixados por essa crise". E sendo assim, é aí entra o etanol na visão do presidente do Cosag. "São Paulo, no ano 2000, tinha um índice de particulado de 150 mg/m³ de ar e hoje estamos no nível de 30 mg/m³, sendo que a frota de veículos que roda em São Paulo aumentou em 30%. Sem dúvida, o etanol teve uma participação muito grande neste índice", destacou Costa Filho.

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Para o executivo, o lado negativo da crise pode ser o fechamento de fronteiras e uma queda do comércio mundial. "Neste ponto eu tenho um pouco de esperança quando eu vi o depoimento do Boris Johnson [primeiro ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador, diagnosticado com Covid-19] quando ele saiu da UTI e agradeceu a dois imigrantes que cuidaram dele no [hospital], uma enfermeira da Nova Zelândia e um enfermeiro de Portugal. Para alguém que tinha como bandeira o fim da imigração, isso me deixa alguma esperança", explica Costa Filho.

Luiz Augusto Horta Nogueira também acredita que esta é uma crise de dimensões inusitadas. "Nós não esperamos e isso mostra como a história pode nos surpreender e surpreender de uma forma muito pesada. Uma pancada tremenda na economia, nas nossas expectativas que eram boas. O setor [da bioenergia] estava num momento muito bom. Mas são realidades e situações que não dá para escapar". Nogueira, por sua vez, ratificou que as questões do meio ambiente e da saúde pública podem ser beneficiadas com a crise e serem tratadas diferentes do que têm sido. "Nós temos acentuado muito a importância de reduzir o planejamento, deixar que as forças de mercado organizem o processo econômico e sem planejamentos estamos mais expostos".

Pedro Robério de Melo Nogueira destacou ainda o tamanho da crise, quando comparada a outras vivenciadas pelo setor da bioenergia. "Essa crise ela é maior quantitativamente, mas não necessariamente é maior qualitativamente. As crises que nós vivemos em maior ou menor intensidade no setor elas eram confinadas a um problema do próprio setor. Em alguns momentos com relação a intervenção, a simetria entre os mercados e as produções. A única crise mais recente que nós vivemos que não só setorial, foi a de 2008, a crise financeira mundial, na qual nós estávamos no pico de uma super produção e por fim arrastou muitas empresas".

Apoio Cultural

O webinar desta semana contou com o apoio cultural das empresas Corteva, FMC, Koppert, Suez, Syngenta e UPL. Essas empresas e a UDOP acreditam que, mesmo neste momento de crise como o que vivemos, a capacitação profissional e o ser humano, são fundamentais para manter a força do setor da bioenergia.

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