Empresa promove seminário para atualizar armadores brasileiros dos avanços no setor nos últimos 10 anos. Acordo para fabricação de motores pela Nuclep prevê transferência de tecnologia.
A Wärtsila, empresa de origem finlandesa fabricante de motores de propulsão marítima, promoveu hoje seminário no Rio de Janeiro com o objetivo de atualizar empresários e armadores sobre os desenvolvimentos alcançados no segmento nos últimos 10 anos, período em que a indústria naval brasileira permaneceu estagnada. Na série de palestras foram apresentados vários dos avanços tecnológicos ocorridos no período, entre eles a criação dos motores marítimos RT Flex, última palavra em propulsores marítimos totalmente eletrônicos que passarão a ser fabricados pela Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) por força de acordo fechado no fim do ano passado.
A construção de navios de grande porte ficou parada no Brasil nos últimos 10 anos e esse seminário visa dar aos integrantes da indústria naval nacional, armadores e projetistas, uma revisão do que aconteceu no setor nesse período, explicou Luiz Barcellos, gerente de vendas da Wärtsilä do Brasil. O objetivo é reacender o debate com os usuários de nossos produtos, juntando os três itens principais que compõe um navio: casco, propulsor e motor, dando uma visão integrada das últimas novidades do setor, acrescentou.
E o esforço da Wärtsilä para participar ativamente da retomada da indústria naval brasileira já começa a dar frutos. No início de setembro, um grupo de técnicos da Nuclep partirá para a Suíça para receber treinamento e capacitação no âmbito do acordo em que a empresa brasileira será a responsável pela fabricação dos motores marítimos da finlandesa no país.
A Transpetro especificou em seu edital que os motores a serem usados nos novos navios da empresa deverão ser eletrônicos. Em termos de tecnologia, o RT Flex é o que existe de mais moderno e esperamos conquistar pelo menos 50% da demanda gerada pelos 26 primeiros navios contratados pela Transpetro graças ao acordo com a Nuclep, disse Barcellos.
Já Carlos César dos Santos Barbosa, gerente de Vendas da Nuclep, destacou o fato de que o acordo prevê transferência de tecnologia para a empresa brasileira. Segundo ele, o Brasil será o único país da América Latina e apenas o nono no mundo a produzir esses motores marítimos eletrônicos.
Isso vai gerar emprego e capacitação para a indústria nacional, tanto direta quanto indiretamente. Nossa meta é nacionalizar ao máximo a fabricação dos motores, usando o maior número possível de fornecedores nacionais, afirmou Barbosa, que estimou que serão geradas pelo menos 100 vagas diretas com a fábrica da Nuclep, que deverá ter capacidade de montar de sete a 12 motores por ano e entregar seu primeiro motor em meados de 2008.
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