Agricultura

"Visão estratégica era o que faltava para o Ministério"

Portal DBO, 13/05/2016
13/05/2016 17:20
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"Não podemos perder tempo, dois anos é muito pouco. O governo de Blairo Maggi precisará agir rápido, sob pena de perder a credibilidade", disse Roberto Rodriges durante palestra, nesta quarta, 11, na 9ª edição da AgroBrasília. Para o ex-ministro da Agricultura (2003-2006), o país carece de um plano estratégico em que as resoluções dos diferentes Ministérios partilhem de objetivos em comum. "Quem cuida de política de renda não é o Ministério da Agricultura. É o Ministério da Fazenda, do Planejamento, BNDES, Banco Central. Quem faz acordo comercial é o Itamaraty, MDIC, Camex. Quem cuida do desenvolvimento é o Ministério da Ciência e Tecnologia. Quem cuida de logística é o Ministério dos Transportes. E dos juros, do câmbio? O Ministério da Fazenda. Código Florestal? Ministério do Meio Ambiente. Então, pode colocar Jesus no Mapa, se não tiver uma estratégia de Estado, nós não vamos avançar", afirmou.

De acordo com ele, a administração que deixa o governo nesta quinta, 12, - após maioria do Senado ter aprovado continuidade do processo de impeachment - deixa também uma série de lacunas a serem preenchidas. No caso do Plano Safra, as pendências seriam a necessidade de discutir uma política ampla para o seguro rural, a simplificação e desburocratização do crédito, novas fontes de financiamento, maior apoio ao cooperativismo, registro de defensivos, legislação trabalhista no campo e o tema da aquisição de terras por estrangeiros.

Roberto Rodrigues considerou que o Plano Safra 2016/2017 é bom, mas tem dois grandes defeitos. O primeiro deles seria que faltou diálogo com o setor e, o segundo, que foi disponibilizado menor volume de recursos para o seguro rural. "O Plano Safra tem que ser feito ouvindo as demandas das cooperativas, sindicatos, agroindústrias, bancos, para tentar promover uma visão universal. Dessa vez foi feito às pressas, não se ouviu ninguém e isso é um pecado de origem". Já o seguro, na opinião dele, é a ferramenta mais importante na organização da agricultura brasileira. "Eu criei o seguro rural em 2003. Isso faz 13 anos e ainda não temos 10% da área agrícola brasileira com cobertura. Só tem seguro para o clima, sendo que, no Brasil, os preços mínimos não funcionam".

A fim de traçar uma diretriz estratégica para os próximos anos, ele lembrou que o governo brasileiro encomendou com a Fundação Getúlio Vargas um estudo sobre política de renda no país, e que esse material está sendo oferecido ao agora ministro da Agricultura, Blairo Maggi, como opção de programa que foca crédito, seguro e renda. "Blairo Maggi é agricultor, conhece a agricultura e quer assumir esse cargo. Vamos esperar que com o apoio dele aconteça uma virada", disse Roberto Rodrigues.

 

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