Energia

Uso de térmicas afeta caixa de empresas do setor

Rombo atingiu R$ 1,389 bilhão.

Valor Econômico
19/02/2013 13:17
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O acionamento das usinas térmicas a plena carga, para economizar água dos reservatórios, abriu um rombo no caixa das distribuidoras de energia. Em dezembro, a conta atingiu um valor recorde de R$ 1,389 bilhão e deixou pelo menos 13 empresas do segmento com fluxo de caixa negativo. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) marcou, para quinta-feira, uma reunião no Ministério de Minas e Energia a fim de discutir a criação de um fundo setorial ou a abertura de uma linha de crédito de emergência.
O problema surgiu porque são as distribuidoras que arcam com a maior parte da conta imediata pelo funcionamento das térmicas. Atualmente, cerca de 13 mil megawatts (MW) médios de usinas movidas a óleo, gás e carvão estão sendo gerados para poupar os reservatórios das hidrelétricas, mesmo durante o período de chuvas. As distribuidoras podem repassar esse custo aos consumidores, mas só a partir do reajuste anual de tarifas aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até a data de aniversário dos contratos, arcam integralmente com a despesa.
"Cada empresa tenta resolver à sua maneira, mas o cenário é preocupante", diz o presidente da Abradee, Nelson Leite. Segundo ele, distribuidoras que pertencem a grupos empresariais maiores ainda têm alguma flexibilidade, pois podem remanejar recursos de outras companhias, mas há quem se veja obrigado a recorrer a linhas de crédito de curto prazo, com juros altos, para evitar uma situação de inadimplência. Daí, uma solução que envolvesse uma linha especial de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia atender a necessidade por capital de giro.
Leite frisa que as distribuidoras serão ressarcidas apenas ao longo dos 12 meses posteriores aos reajustes anuais, podendo gerar hiatos de até 24 meses entre o pagamento pelo uso das térmicas e a recuperação integral dos desembolsos. Isso sempre ocorreu, mas o custo das térmicas raramente ultrapassava o nível de R$ 500 milhões por mês. Agora, disparou.
A partir de janeiro, a conta já bilionária pode ficar ainda mais salgada. Isso porque, como resultado do processo de renovação das concessões de usinas hidrelétricas, as distribuidoras acabaram subcontratadas. Elas precisam contratar, nos leilões de energia, 100% de sua capacidade de fornecimento aos consumidores. Na virada do ano, venceram os contratos de energia do primeiro grande leilão de energia velha, realizado em 2004. Esse montante seria reposto pelas cotas de eletricidade proveniente das usinas que tiveram suas concessões prorrogadas, com tarifas menores. No entanto, como geradoras como Cesp e Cemig não aceitaram as condições oferecidas pelo governo, abriu-se um buraco de 2 mil MW médios nas distribuidoras. Para repor essa perda, precisam ir ao mercado de curto prazo (spot) até a realização de um novo leilão, que lhes permita recontratar esse montante de energia. O leilão, chamado pelo mercado de A-0, deverá ser realizado em maio.
A urgência pela busca de solução para o alto custo das térmicas e o problema de subcontratação de energia tem desviado parte da atenção do segmento na discussão sobre a renovação dos contratos, que será um dos temas prioritários para 2013.

O acionamento das usinas térmicas a plena carga, para economizar água dos reservatórios, abriu um rombo no caixa das distribuidoras de energia. Em dezembro, a conta atingiu um valor recorde de R$ 1,389 bilhão e deixou pelo menos 13 empresas do segmento com fluxo de caixa negativo. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) marcou, para quinta-feira, uma reunião no Ministério de Minas e Energia a fim de discutir a criação de um fundo setorial ou a abertura de uma linha de crédito de emergência.


O problema surgiu porque são as distribuidoras que arcam com a maior parte da conta imediata pelo funcionamento das térmicas. Atualmente, cerca de 13 mil megawatts (MW) médios de usinas movidas a óleo, gás e carvão estão sendo gerados para poupar os reservatórios das hidrelétricas, mesmo durante o período de chuvas. As distribuidoras podem repassar esse custo aos consumidores, mas só a partir do reajuste anual de tarifas aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até a data de aniversário dos contratos, arcam integralmente com a despesa.


"Cada empresa tenta resolver à sua maneira, mas o cenário é preocupante", diz o presidente da Abradee, Nelson Leite. Segundo ele, distribuidoras que pertencem a grupos empresariais maiores ainda têm alguma flexibilidade, pois podem remanejar recursos de outras companhias, mas há quem se veja obrigado a recorrer a linhas de crédito de curto prazo, com juros altos, para evitar uma situação de inadimplência. Daí, uma solução que envolvesse uma linha especial de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia atender a necessidade por capital de giro.
Leite frisa que as distribuidoras serão ressarcidas apenas ao longo dos 12 meses posteriores aos reajustes anuais, podendo gerar hiatos de até 24 meses entre o pagamento pelo uso das térmicas e a recuperação integral dos desembolsos. Isso sempre ocorreu, mas o custo das térmicas raramente ultrapassava o nível de R$ 500 milhões por mês. Agora, disparou.


A partir de janeiro, a conta já bilionária pode ficar ainda mais salgada. Isso porque, como resultado do processo de renovação das concessões de usinas hidrelétricas, as distribuidoras acabaram subcontratadas. Elas precisam contratar, nos leilões de energia, 100% de sua capacidade de fornecimento aos consumidores. Na virada do ano, venceram os contratos de energia do primeiro grande leilão de energia velha, realizado em 2004. Esse montante seria reposto pelas cotas de eletricidade proveniente das usinas que tiveram suas concessões prorrogadas, com tarifas menores. No entanto, como geradoras como Cesp e Cemig não aceitaram as condições oferecidas pelo governo, abriu-se um buraco de 2 mil MW médios nas distribuidoras. Para repor essa perda, precisam ir ao mercado de curto prazo (spot) até a realização de um novo leilão, que lhes permita recontratar esse montante de energia. O leilão, chamado pelo mercado de A-0, deverá ser realizado em maio.


A urgência pela busca de solução para o alto custo das térmicas e o problema de subcontratação de energia tem desviado parte da atenção do segmento na discussão sobre a renovação dos contratos, que será um dos temas prioritários para 2013.

 

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