Energia

Uso de energia impulsiona Siemens e Alstom

DCI
03/09/2010 12:06
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O setor produtivo bateu o recorde de consumo de energia em julho. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), o Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 8,1% em agosto (leia mais no texto ao lado nesta página).


Ao mesmo tempo em que a demanda aumenta, o preço da energia sobe, principalmente para os consumidores industriais que compram energia no mercado livre, levando a um maior peso da conta e à redução de sua competitividade.


Por isso, a eficiência energética tem-se tornado um atrativo negócio para as empresas que fornecem equipamentos e serviços para a indústria, pois entre os benefícios está a redução de até 70% dos custos com o insumo. A estimativa da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) estima que o Brasil desperdiça cerca de 60% da energia na indústria e que poderia economizar cerca de R$ 10,5 bilhões por ano.


As empresas que trabalham com esse segmento já registram aumento da demanda por projetos de melhora do uso da energia. Entre os principais clientes estão empresas eletrointensivas, como siderúrgicas, fabricantes de alumínio, químicas e petroquímicas que têm procurado desenvolver processos para otimizar o uso da energia, que tem uma participação importante no custo de sua produção. Segundo Bruno Pereira de Abreu, especialista em eficiência energética da Siemens, hoje é possível ter reduções de custo que podem chegar a 70%.

A solução, explica ele, passa por análise, identificação das possibilidades e troca de equipamentos. Ele admite que o investimento, dependendo do caso, pode ser alto, e que, por isso, nem todos os projetos podem ser viáveis. De acordo com ele, é necessário que o investimento se pague em até dois anos para que tenha viabilidade econômica, mas a maioria possui essa viabilidade. "Geralmente, em 30% dos casos estudados a economia proporcionada pelos projetos alcança 50% de economia do custo da energia com projetos de eficiência energética", afirmou.
 

Apesar de não revelar os números nem dizer quais são as empresas que procuram a Alstom Grid no Brasil, André Gesualdi, diretor-geral da empresa, confirma que a procura por projetos para otimizar o uso da energia tem-se intensificado entre as eletrointensivas. "Esse aumento das conversas com eletrointensivas se dá porque é justamente a energia que possui uma alta participação no componente de custo dessas empresas, como no processamento do aço e do alumínio", explicou ele. Além disso, completou, até mesmo as distribuidoras têm procurado a empresa para reduzir as perdas das linhas. "Hoje, cerca de 60% da energia primária são desperdiçados. Em distribuição, temos que a perda média no mundo é de 10%. Para termos uma ideia de grandeza, cada ponto percentual representa cerca de 1,4 bilhão de euros", disse Gesualdi.

Assim como a concorrente, a Alstom também aposta na troca de equipamentos por modelos mais modernos para otimizar o processo de eficiência e o gerenciamento de redes, ambos de olho no Smart Grid, que torna o gerenciamento mais eficiente por evitar gargalos e sobrecarga de energia em determinados setores de uma indústria. Gesualdi indica que o prazo de retorno do investimento é fundamental para a viabilidade de um projeto. Para ele, esse prazo nunca pode ser de mais de cinco anos.

Outra empresa que espera um forte crescimento neste negócio é a Eficien, que recentemente abriu uma filial no Recife (PE). Segundo seu diretor presidente, Paulo César Pinto, se a demanda continuar no atual ritmo, a empresa poderá até mesmo instalar uma fábrica no País. Por enquanto, a empresa vende equipamentos sul-coreanos e realiza projetos para melhorar a eficiência de uma fábrica sem trocar seus equipamentos instalados. "Estamos próximos de realizar a montagem de equipamentos no Brasil. Para isso, será necessário um volume de 40 mil kVA instalados, que deveremos alcançar em 2011", disse ele. "Quando chegarmos a 100 mil kVA, será viável colocar uma fábrica no Brasil", afirmou. Segundo o executivo, o custo de cada kVA instalado varia de US$ 150 a US$ 200.

Uma das empresas que ultimamente implantou um projeto de eficiência energética foi a Arno, do Grupo SEB, que detém a marca de eletrodomésticos. Segundo o diretor industrial Carlos Alberto Peres, a empresa estava em busca de competitividade e viu na redução de custos com energia a oportunidade. O investimento realizado para a substituição dos sistemas de iluminação antigos, isolamento térmico de máquinas injetoras de plástico e sistemas de água gelada, além da substituição de aparelhos de ar condicionado, somou R$ 800 mil. "Nosso objetivo era reduzir o consumo de energia na produção na ordem de 15%, além da diminuir despesas com manutenção", indicou Peres. Ele afirmou ainda que esse deverá ser o primeiro de outros investimentos da empresa em busca do melhor uso da energia. A companhia, segundo ele, ainda estuda vários projetos, tanto para a unidade de São Paulo, que recebeu esse investimento, como para as demais. Entre as medidas em análise, estão a modernização dos sistemas de resfriamento de água e de motores elétricos e a viabilidade de implantar um sistema piloto de utilização de energia solar e eólica.


No Brasil, o tamanho da conta do desperdício de energia foi calculado pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia(Abesco). Para a entidade, as perdas de todo o sistema elétrico nacional alcançam R$ 15 bilhões anuais.

Cinco empresas brasileiras, três espanholas e um consórcio luso-brasileiro vão disputar hoje o leilão de linhas de transmissão que acontecerá na BM&F Bovespa, em São Paulo. As empresas e o consórcio foram habilitados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Serão licitados três lotes de empreendimentos localizados nos Estados de Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará. Todos têm entrada em operação comercial prevista para 2012, com expectativa de investimentos totais da ordem de R$ 300 milhões.

Segundo informações da Aneel divulgadas ontem, as empresas brasileiras que disputarão as linhas de transmissão são Afluente Transmissão de Energia Elétrica, Alupar Investimento, Chesf (do grupo Eletrobras), Neoenergia e Transmissora Aliança de Energia Elétrica (controlada pela Cemig).

As empresas espanholas participarão do leilão com Cobra Instalaciones e Serviços, Cymi Holding e Elecnor Transmissão de Energia.


O Consórcio Nordeste, formado pela brasileira ARM Telecomunicações e Serviços de Engenharia e pela portuguesa CME, também está habilitado para o leilão.


O setor produtivo bateu o recorde de consumo de energia em julho: segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), o Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 8,1% em agosto.


Enquanto isso, Siemens e Alstom investem para atender o segmento de eficiência energética no Brasil. A Abesco, que reúne empresas de conservação de energia, diz que as perdas de todo o sistema elétrico somam R$ 15 bilhões a cada ano.

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