O crescimento acentuado da indústria de petróleo e gás no Brasil, as perspectivas do pré-sal e a visibilidade de um cenário continuo de investimentos na próxima década deram a tônica do 8º Encontro Nacional do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), encerrado na sexta-feira (25), após três dias de palestras e debates em São Luís (MA).
As propostas finais, com a visão de longo prazo sugerida pelo tema ‘Prominp 2020 - Desafios e Oportunidades do Setor de Petróleo e Gás Natural na Próxima Década’, uniram empresas de petróleo, indústria e governo em torno da perspectiva de aproveitar o cenário positivo para buscar a ampliação do conteúdo nacional na indústria de petróleo e gás natural. “É de extrema importância essa aliança com vistas à adoção de ações estratégicas de médio e de longo prazo, buscando viabilizar os meios para produzir no Brasil, de forma competitiva, os bens e serviços necessários à nossa indústria”, afirmou José Renato Ferreira de Almeida, coordenador executivo do Programa.
Em sua participação no evento, o gerente executivo da Engenharia da Petrobras, Roberto Gonçalves, destacou a importância do cumprimento de prazos nos projetos: “Se esse ciclo se instalar corretamente, vai gerar riqueza para o cliente e para a própria indústria”. Para o executivo da Petrobras, a indústria nacional já demonstrou competência e maturidade. “Temos hoje uma gama diversificada de ativos em construção, como dutos, plataformas, unidades de refino, navios etc. Mas a demanda é crescente e vem de frentes múltiplas. A indústria nacional tem que pensar em competitividade e preço internacional. E, para isso, precisa de um grande salto de produtividade”, afirmou.
Propostas aprovadas
Ao final do encontro, representantes dos quatro painéis que debateram os temas propostos para o evento apresentaram as deliberações aprovadas pelo Comitê Executivo. Entre outras, a integração do Prominp com o Plano Brasil Maior; a aproximação academia-indústria; a estruturação de plano análogo ao PNQP (Plano Nacional de Qualificação Profissional) para fomentar o desenvolvimento tecnológico e a inovação industrial; a isonomia entre produtos nacionais e importados; a atração de empresas estrangeiras para produzir itens não fabricados no Brasil (especialmente na indústria naval); modelos de contratação que permitam parcerias entre empresas nacionais e estrangeiras, com ênfase em engenharia básica e inovação; o investimento na educação básica e no reforço escolar de nível básico, e a inclusão de treinamento de categorias voltadas à exploração de petróleo.
O coordenador executivo do Prominp destacou que o conjunto de medidas aprovadas no evento incorpora “ações de longo prazo que irão fortalecer o objetivo de fabricar no Brasil os bens e serviços demandados pelo setor, com trabalhadores brasileiros, em todas as regiões do país”.