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Sem produção, a OGX negocia ativos e dívidas

Empresa do grupo EBX é uma das mais problemáticas.

Valor Econômico
12/08/2013 16:06
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Em meio a uma profunda crise, que levou inclusive à suspensão de um contrato com o governo do Rio para a doação de R$ 20 milhões por ano às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a OGX é a empresa com maior dificuldade na solução de seus problemas dentre as companhias controladas pelo grupo EBX, de Eike Batista. A notícia de que produziu no campo de Tubarão Azul somente 900 barris de óleo equivalente por apenas três dias em julho é apenas um dos problemas que estão diante dos executivos e do seu acionista.
Com dívidas de US$ 4,5 bilhões, no momento a OGX está buscando compradores para seus ativos, tanto para as áreas já descobertas e em produção como para os 10 blocos que adquiriu sozinha na 11ª Rodada. E enquanto tenta renegociar as dívidas com bancos e detentores de "bonds" (a quem deve US$ 3,6 bilhões), existem rumores sobre ações bilionárias sendo preparadas contra seus administradores.
Paralelamente, enfrenta investigações de três autarquias federais: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Enquanto a CVM analisa todos os dados que serviram de base para os comunicados e fatos relevantes que são hoje objeto de constrangimento inclusive de Eike Batista, a ANP verifica as perspectivas de produção do campo de Tubarão Martelo. Já o Cade decide até 31 de agosto se a empresa consumou antecipadamente a aquisição de participação de 40% no bloco BS-4, na bacia de Santos, adquirida da Petrobras por US$ 270 milhões em novembro do ano passado.
O Cade mantém sob sigilo as razões que o levaram a suspeitar de que a OGX "consumou" a aquisição antes de receber aprovação do órgão. Mas o 'Valor' apurou que o órgão de defesa da concorrência vê problemas com o pagamento antecipado (a Petrobras já recebeu pela venda) e com cláusulas que demonstrariam influência da OGX na gestão do ativo.
A empresa ofereceu 20% dessa participação como fiança para a Petronas em maio e isso pode estar sob investigação. No momento a Queiroz Galvão Exploração e Produção, operadora do BS-4, está fazendo os pedidos de pagamento (cash calls) aos sócios para tocar os investimentos necessários para o início da produção no campo de Atlanta, prevista para o fim de 2014, início de 2015. Junto com Oliva, Atlanta é um campo de petróleo pesado encontrado no BS-4.
A multa do Cade em caso de condenação pode variar entre R$ 60 mil e R$ 60 milhões e a transação ainda corre o risco de ser considerada nula. Nesse caso, a OGX receberia de volta os US$ 270 milhões pagos à Petrobras, que nessa altura podem ser bem vindos considerando-se as estimativas de que a empresa chegará a dezembro sem dinheiro no caixa.
No momento, o campo mais promissor da OGX é Tubarão Martelo, que tem a malaia Petronas como sócia com 40% de participação, e que deve entrar em produção em dezembro. Outra área que pode resultar em produção (e que pode estar sendo negociada) é a acumulação de Tulum, no bloco BM-C-37. Essa última é considerada uma opção para instalação da plataforma OSX-1, que está instalada em Tubarão Azul, mas ela foi oferecida ao mercado assim como as outras duas FPSOs do mesmo tipo ainda em construção na Ásia. O comprador da OSX-3, a próxima a chegar e que vai para Tubarão Martelo, poderá levar junto o contrato de afretamento com a OGX.
O administrador Willian Magalhães, um dos minoritários da OGX com perfil mais ativo, perdeu a paciência depois que a petroleira cancelou a teleconferência para comentar os resultados que serão divulgados no dia 14 de agosto. Dono de uma conta no Twitter chamada "Minoritários OGX", Magalhães vai contratar assessoria jurídica na semana que vem para exigir a instalação de um conselho fiscal, e para isso precisará reunir detentores de 2% das ações sem direito a voto.
"É preciso garantir o respeito aos minoritários. Vou lutar inicialmente pela composição de um conselho fiscal e, depois, pela indicação de um representante dos minoritários no conselho de administração", diz.
Magalhães foi convidado pela corretora SLW para ser procurador de um fundo a ser criado para reunir minoritários. A OGX precisa convocar uma AGE até o dia 12 de setembro para recompor seu quadro de conselheiros, e ainda não informou se, e nem como, vai exercer a "put" de US$ 1 bilhão prometida por Batista.

Em meio a uma profunda crise, que levou inclusive à suspensão de um contrato com o governo do Rio para a doação de R$ 20 milhões por ano às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a OGX é a empresa com maior dificuldade na solução de seus problemas dentre as companhias controladas pelo grupo EBX, de Eike Batista. A notícia de que produziu no campo de Tubarão Azul somente 900 barris de óleo equivalente por apenas três dias em julho é apenas um dos problemas que estão diante dos executivos e do seu acionista.


Com dívidas de US$ 4,5 bilhões, no momento a OGX está buscando compradores para seus ativos, tanto para as áreas já descobertas e em produção como para os 10 blocos que adquiriu sozinha na 11ª Rodada. E enquanto tenta renegociar as dívidas com bancos e detentores de "bonds" (a quem deve US$ 3,6 bilhões), existem rumores sobre ações bilionárias sendo preparadas contra seus administradores.


Paralelamente, enfrenta investigações de três autarquias federais: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Enquanto a CVM analisa todos os dados que serviram de base para os comunicados e fatos relevantes que são hoje objeto de constrangimento inclusive de Eike Batista, a ANP verifica as perspectivas de produção do campo de Tubarão Martelo. Já o Cade decide até 31 de agosto se a empresa consumou antecipadamente a aquisição de participação de 40% no bloco BS-4, na bacia de Santos, adquirida da Petrobras por US$ 270 milhões em novembro do ano passado.


O Cade mantém sob sigilo as razões que o levaram a suspeitar de que a OGX "consumou" a aquisição antes de receber aprovação do órgão. Mas o 'Valor' apurou que o órgão de defesa da concorrência vê problemas com o pagamento antecipado (a Petrobras já recebeu pela venda) e com cláusulas que demonstrariam influência da OGX na gestão do ativo.


A empresa ofereceu 20% dessa participação como fiança para a Petronas em maio e isso pode estar sob investigação. No momento a Queiroz Galvão Exploração e Produção, operadora do BS-4, está fazendo os pedidos de pagamento (cash calls) aos sócios para tocar os investimentos necessários para o início da produção no campo de Atlanta, prevista para o fim de 2014, início de 2015. Junto com Oliva, Atlanta é um campo de petróleo pesado encontrado no BS-4.


A multa do Cade em caso de condenação pode variar entre R$ 60 mil e R$ 60 milhões e a transação ainda corre o risco de ser considerada nula. Nesse caso, a OGX receberia de volta os US$ 270 milhões pagos à Petrobras, que nessa altura podem ser bem vindos considerando-se as estimativas de que a empresa chegará a dezembro sem dinheiro no caixa.


No momento, o campo mais promissor da OGX é Tubarão Martelo, que tem a malaia Petronas como sócia com 40% de participação, e que deve entrar em produção em dezembro. Outra área que pode resultar em produção (e que pode estar sendo negociada) é a acumulação de Tulum, no bloco BM-C-37. Essa última é considerada uma opção para instalação da plataforma OSX-1, que está instalada em Tubarão Azul, mas ela foi oferecida ao mercado assim como as outras duas FPSOs do mesmo tipo ainda em construção na Ásia. O comprador da OSX-3, a próxima a chegar e que vai para Tubarão Martelo, poderá levar junto o contrato de afretamento com a OGX.


O administrador Willian Magalhães, um dos minoritários da OGX com perfil mais ativo, perdeu a paciência depois que a petroleira cancelou a teleconferência para comentar os resultados que serão divulgados no dia 14 de agosto. Dono de uma conta no Twitter chamada "Minoritários OGX", Magalhães vai contratar assessoria jurídica na semana que vem para exigir a instalação de um conselho fiscal, e para isso precisará reunir detentores de 2% das ações sem direito a voto.


"É preciso garantir o respeito aos minoritários. Vou lutar inicialmente pela composição de um conselho fiscal e, depois, pela indicação de um representante dos minoritários no conselho de administração", diz.
Magalhães foi convidado pela corretora SLW para ser procurador de um fundo a ser criado para reunir minoritários. A OGX precisa convocar uma AGE até o dia 12 de setembro para recompor seu quadro de conselheiros, e ainda não informou se, e nem como, vai exercer a "put" de US$ 1 bilhão prometida por Batista.

 

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