Internacional

Santiago quer primeiro metrô movido a sol e vento até 2018

Gazeta do Povo - 31/05/2016
31/05/2016 13:10
Visualizações: 918

Em um prazo de dois anos, 60% da energia que alimenta o Metrô de Santiago deve ser solar e eólica. A presidente Michelle Bachelet anunciou em 23 de maio que o governo federal deve investir US$ 500 milhões no projeto, equivalente a R$ 1,7 bilhão. O impacto é grande: cerca de um sétimo da população chilena se locomove pelos trilhos de Santiago, todos os dias. Além de reduzir as emissões de gás carbônico – altas para padrões latino-americanos – o governo pretende fomentar impulsionar a utilização das chamadas “energias renováveis não convencionais”, com o investimento em infraestrutura que será feito.

Com cinco linhas e cem estações, o Metrô de Santiago transporta em média 2,5 milhões de passageiros por dia. O número deve chegar a 3,7 milhões no próximo ano, com a conclusão da linha seis, que terá uma estação no turístico Estádio Nacional.

A migração para energias renováveis se dará em três frentes. Cerca de 40% do fornecimento fica por conta da própria estatal chilena de eletricidade, a Chilectra. A principal fonte será o projeto El Pelícano, parceria do governo com a francesa Sun Power. São duas plantas de energia solar, nas províncias de La Higuera e Vallenar, que devem fornecer 42% da energia renovável do Metrô. A previsão é de que a construção comece já nos próximos meses.

A energia eólica entra na jogada em menor escala, com os 18% restantes. A fazenda de San Juan, no distrito de Freirina, já está em construção. Apenas uma parte da energia produzida pelo consórcio brasileiro Latam Power será utilizada pelo Metro de Santiago. Cerca de 85% do que for produzido pelos 56 aerogeradores do local devem ser vendidos para outros distribuidores da região.

A estimativa é reduzir em 130 mil toneladas as emissões anuais de gás carbônico. Número significativo, já que em 2015 o Metrô emitiu, ao todo, 159 mil toneladas do gás.

Atualmente, em um ano, o Chile hoje produz 4,6 toneladas métricas do gás por pessoa, segundo estimativas do Banco Mundial. Pouco perto da média dos países desenvolvidos (a média dos países da OCDE é de 11), mas bem acima da América Latina e do Caribe, onde as emissões anuais são de 2,4 toneladas métricas, em média.

O país foi o primeiro da América do Sul a taxar a emissão de carbono, em 2014. Usinas térmicas com capacidade superior a 50 megawatts pagam US$ 5 para cada tonelada liberada.

Mobilidade sustentável

O megaprojeto chileno dá um salto em relação aos investimentos em mobilidade sustentável mais comuns, que pregam a substituição dos transportes motorizados pelos não motorizados; e do individual pelo coletivo. É o que diz a Lei de Mobilidade Urbana brasileira, por exemplo.

Ao redor do mundo, há projetos de menor porte. Dois ônibus da cidade australiana de Adelaide, de 1,2 milhão de habitantes, rodam com energia 100% solar. Os veículos são carregados na estação central de ônibus da cidade. O custo de rodagem é tão baixo que a linha não cobra passagem dos usuários.

No Brasil, há iniciativas pontuais de fontes renováveis. Desde 2012, a frota de Curitiba utiliza o “ônibus híbrido” da Volvo, com um motor movido a diesel e outro, elétrico. Os altos custos de aquisição e de manutenção do modelo foram alvo de críticas por parte do Tribunal de Contras do Paraná (TC). Os cerca de R$ 13 milhões investidos foram repassados à tarifa do transporte, pesando no bolso do usuário.

Em março deste ano, Curitiba passou a contar com um ônibus híbrido articulado ( ), com tecnologia mais avançada. No mesmo mês, estreou em o ônibus movido a hidrogênio. O combustível é produzido a partir da eletrólise da água, e é produzido em uma estação da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) da cidade. A tecnologia foi financiada em parte pela Global Environment Facility (R$ 12,27), e o restante com dinheiro da Financiadora de Estudos e Projetos, a Finep (US$ 2,23 milhões).

 

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Elétrica
Primeiro complexo híbrido de energia da Equinor inicia o...
08/12/25
Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
Parceria premiada - Petrobras participa de quatro dos se...
05/12/25
Evento
Petrolíferas debatem produção mais limpa e tecnologias d...
04/12/25
Leilão
PPSA arrecada cerca de R$ 8,8 bilhões com a alienação da...
04/12/25
Firjan
Novo Manual de Licenciamento Ambiental da Firjan ressalt...
04/12/25
Transição Energética
Óleo & gás continuará essencial até 2050, dizem especial...
04/12/25
PPSA
Leilão da PPSA oferecerá participação da União em áreas...
04/12/25
Asfalto
IBP debate sustentabilidade e novas tecnologias para o f...
03/12/25
Reconhecimento
Casa dos Ventos conquista Medalha Bronze em sua primeira...
03/12/25
Bacia de Santos
PPSA adia leilão de petróleo da União de Bacalhau para o...
03/12/25
Estudo
Firjan lança a 4ª edição do estudo Petroquímica e Fertil...
03/12/25
Biocombustíveis
Porto do Açu e Van Oord anunciam primeira dragagem com b...
02/12/25
Investimento
Indústria de O&> prioriza investimento em tecnologia de ...
02/12/25
Refino
Petrobras irá investir cerca de R$12 bilhões na ampliaçã...
02/12/25
Posicionamento
Proposta de elevação da alíquota do Fundo Orçamentário T...
01/12/25
Gás Natural
Distribuição de gás canalizado é crucial para a modicida...
01/12/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Centro de Formação Profissional da Universidade Tiradent...
01/12/25
Levantamento Sísmico
TGS inicia pesquisa na Bacia de Pelotas
01/12/25
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana em alta
01/12/25
Petrobras
Com um total de US$ 109 bilhões de investimentos o Plano...
28/11/25
Mossoró Oil & Gas Energy 2025
Oil States marca presença na Mossoró Oil & Gas Energy 20...
28/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.