Cana de açúcar

Quebra de safra no Brasil afeta resultado da Bunge

Agência Reuters
27/10/2011 18:42
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A multinacional do agronegócio Bunge registrou um lucro menor no terceiro trimestre após uma seca que reduziu os volumes de moagem de cana no Brasil, afetando a divisão de açúcar e bioenergia.

O lucro caiu para US$ 140 milhões, ou US$ 0,89 de dólar por ação, ante US$ 212 milhões, ou US$ 1,36 por ação, no mesmo período do ano passado.

A empresa também foi afetada por perdas em operações de hedge devido à queda do real frente ao dólar no período.

"O terceiro trimestre foi particularmente volátil, num período em que o gerenciamento de risco dos segmentos de agribusiness e de açúcar e bioenergia mostrou-se ser desafiador", declarou Alberto Weisser, presidente-executivo da Bunge, em um comunicado.

A Bunge conta com oito unidades processadoras de cana no Brasil, e é uma das maiores produtoras de açúcar e etanol do país.

"Um volume de cana processado menor que o esperado devido ao impacto da seca nos canaviais também pesou nos resultados no trimestre", acrescentou ele.

A empresa com sede em White Plains, Nova York, é a maior processadora de oleaginosas do mundo.

A divisão de açúcar e bioenergia registrou perda de US$ 43 milhões no trimestre encerrado em 30 de setembro, contra ganhos de US$ 34 milhões no mesmo período do ano passado. No acumulado de nove meses do ano, o prejuízo do setor é de US$ 23 milhões.

A Bunge espera processar de 14 a 14,5 milhões de toneladas de cana neste ano, cerca de 1 milhão abaixo da estimativa anterior após a seca afetar os canaviais do centro-sul. Os volumes devem se recuperar para 17-19 milhões na próxima temporada.

Já o segmento de agribusiness registrou ganho de US$ 159 milhões, ou cerca de metade do obtido no mesmo período do ano passado. A perda devido à variação cambial ficou em US$ 29 milhões.

A receita subiu para US$ 15,62 bilhões, ante US$ 11,66 bilhões há um ano.


2012 mais forte

Por outro lado, Weisser disse que a companhia acredita em um quarto trimestre mais forte e vê sinais de otimismo para a Bunge em 2012.

"Enquanto há incertezas no ambiente macroeconômico, existem razões para acreditar na resiliência do nosso negócio", afirmou ele, lembrando que a maioria dos produtos da companhia são básicos e necessários para alimentar uma população global crescente.

Ele disse que os estoques globais de commodities permanecem relativamente apertados.

"Mesmo com um cenário de crescimento econômico mais lento, o mundo precisa de ofertas adicionais de safras, então os preços devem permanecer interessantes para os produtores... o que deve encorajar uma crescente demanda para plantio e para uso de fertilizantes."

O segmento de fertilizantes da Bunge registrou ganhos de US$ 23 milhões, contra US$ 14 milhões no mesmo período do ano passado.

Ele lembrou que a demanda por açúcar e etanol do Brasil continua forte devido a incertezas sobre o desenvolvimento da safra de cana do centro-sul.

"Estamos no caminho de ter 50 mil hectares de novas áreas de cana-de-açúcar na próxima colheita, que irá fornecer matéria-prima para as nossas usinas e permitir que possamos demonstrar todo o potencial do nosso negócio", afirmou.

Recentemente, a empresa anunciou investimentos de US$ 2,5 bilhões no Brasil, entre 2012 e 2016, no setor de cana de açúcar para expandir a produção de açúcar, etanol e geração de energia.
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