O sistema Octopus (Otimização Conjunta da Trajetória e Localização de Poços Utilizando Simulação de Reservatórios), desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada (ICA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) para a Petrobras, traz novidades
Agência BrasilO sistema Octopus (Otimização Conjunta da Trajetória e Localização de Poços Utilizando Simulação de Reservatórios), desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada (ICA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) para a Petrobras, traz novidades que serão utilizadas na extração de petróleo na camada pré-sal.
A tecnologia já é usada pelo Centro de Estudos e Pesquisas da estatal (Cenpes) para a identificação precisa do local de perfuração de poços de petróleo. E pode ser muito útil para o pré-sal, segundo o coordenador do ICA, Marco Aurélio C. Pacheco.
A nova versão do sistema usa o método denominado ‘proxy’ (aproximador). Trata-se de um programa que imita os simuladores de reservatórios. O ‘proxy’ dará à Petrobras condições de obter respostas nos simuladores dos reservatórios com maior velocidade. O tempo de resposta para os estudos dos especialistas passará de uma hora para cerca de um segundo.
“Isso oferece eficiência, que é o que a Petrobras precisa para poder em 2010 declarar a comercialidade dos poços do pré-sal. Ela tem pressa de avaliar, de colocar em produção. E todos os estudos precisam ser feitos no menor tempo possível”, afirmou Pacheco. Além disso, a plataforma tecnológica que está em desenvolvimento no ICA vai implicar na redução de custos para a estatal.
O laboratório da PUC-Rio está desenvolvendo uma plataforma de apoio à decisão, com vários módulos ou ‘softwares’ (programas de computador), onde se destaca o Octopus, que auxiliam os técnicos da Petrobras no processo de exploração e produção de reservatórios. “É um otimizador da localização dos poços”, acrescenta o coordenador do ICA.
O Octopus mostra onde devem ser feitas as perfurações. O sistema indica também se o poço deve ser injetor ou produtor, além das dimensões que ele deverá possuir, para extrair a maior quantidade de óleo dentro do período de exploração. “Ou seja, faz o projeto completo, sempre com a interferência do especialista. Apenas facilita o trabalho dele. Confirma as suas expectativas ou ajuda a alterar as suas propostas de exploração”, explica Pacheco.
Outro ponto que o ICA desenvolve para a Petrobras se refere ao conceito de campos inteligentes ou gerenciamento digital. Essa tecnologia moderna e em processo de desenvolvimento envolve sensores de vários tipos, que transmitem informações sobre o que está acontecendo na plataforma, no poço e no seu entorno em termos de temperatura, pressão, viscosidade, entre outros dados. “São métodos inteligentes de programação, que oferecem a possibilidade de atuar sobre o campo”, garante o especialista.
Isso significa que o campo pode ser controlado quase em tempo real, “abrindo e fechando válvulas, deixando o óleo passar ou não, em busca de maior eficiência na produção”, detalha o especialista. O técnico revela que a otimização da produção é feita em nível global, planejando a operação de todos os poços produtores e reservatórios e também dos injetores.
Os aperfeiçoamentos deverão ser incorporados ao Octopus ao longo dos próximos 24 meses, de acordo com Marco Aurélio Pacheco. O ICA está investigando também um fator importante para os campos de petróleo nas camadas pré-sal, que é a injeção do gás produzido no campo.
Marco Aurélio Pacheco diz ainda que a tendência é aproveitar o gás que é expelido junto com o petróleo, porque os reservatórios do pré-sal se encontram muito distantes, a cerca de 200 quilômetros da costa, o que torna mais complexo, e até inviável em termos de gasoduto, o transporte do gás extraído. “Então", diz ele,"a tendência é re-injetar o gás. Ele não se perde, ele produz pressão no óleo e, eventualmente, pode ser extraído de novo. Essa é uma das características peculiares que o sistema pretende incorporar para a parte do pré-sal”.
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