Falta de capacidade ociosa de produção e nervosismo dos agentes do mercado manterão valor do barril em patamares recordes, aponta vice-economista chefe da BP.
Os preços do petróleo continuarão altos, pelo menos a médio prazo, acredita Christof Rühl, vice-economista chefe da BP. Segundo Rühl, a falta de capacidade ociosa de produção a nível mundial para atender o aumento da demanda global por petróleo manterá as cotações pressionadas.
"Hoje, só a Arábia Saudita poderia aumentar imediatamente sua produção, e mesmo assim em apenas 1,5 milhão de barris diários. Isso é menos que a produção do Brasil, por exemplo, e insuficiente para dar ao mercado a flexibilidade necessária," diz Rühl, para quem a cotação do barril vai se manter acima dos US$ 60 até o fim deste ano.
Embora evite fazer projeções e em afirmar que o petróleo se encontre num novo patamar de preços, Rühl não vê espaço para grandes recuos no valor do barril a médio prazo. De acordo com ele, só a partir de 2010, com a entrada em operação de novas áreas de produção, a capacidade ociosa mundial voltará aos níveis anteriores a 2004, com uma folga de mais 3 milhões de barris diários entre produção e demanda. Essa falta de flexibilidade também reforça o nervosismo do mercado e ajuda a manter os preços altos, aponta o vice-economista chefe da BP.
"Atualmente, os compradores estão dispostos a pargar um prêmio de risco de forma a garantir o suprimento e seus estoques futuros de petróleo. Isso se traduz no fato de que o preço do barril para entrega daqui a cinco meses, por exemplo, está mais alto que o do petróleo para entrega amanhã," conta Rühl, que apresentou hoje relatório estatístico anual da BP sobre o mercado de energia global em evento promovido pela Britcham-RJ (Câmara Britânica de Indústria e Comércio).
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