Combustíveis

Preços da gasolina e diesel nos postos no Brasil sobem 9% em 2017, aponta ANP

Reuters, 05/01/2018
05/01/2018 11:53
Preços da gasolina e diesel nos postos no Brasil sobem 9% em 2017, aponta ANP  Visualizações: 691 (0) (0) (0) (0)

Os preços médios da gasolina e do diesel nos postos no Brasil avançaram 9 por cento em 2017 ante 2016, com a contribuição do aumento de tributos e de reajustes de preços realizados pela Petrobras na esteira da alta das cotações do petróleo, apontaram dados oficiais nesta quinta-feira.

Na última semana de 2017, a gasolina registrou média de 4,099 reais por litro nos postos brasileiros, uma máxima nominal (sem considerar a inflação), ante 3,755 reais por litro na última semana de 2016, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O preço da gasolina registrou a oitava alta semanal consecutiva na última semana de 2017, de acordo com pesquisa da ANP que levanta dados desde 2013.

O diesel, combustível mais consumido do Brasil, por sua vez, encerrou a última semana do ano com média de 3,326 reais por litro, ante 3,051 reais por litro do fim de 2016.

A máxima registrada pelo diesel na série história da ANP foi de 3,337 reais por litro, na semana de 26 de novembro a 2 de dezembro de 2017.

O analista da Tendências Consultoria Walter de Vitto destacou que a elevação dos preços de diesel e gasolina em 2017 teve a contribuição de uma elevação de tributos dos combustíveis (PIS/Cofins) em julho pelo governo federal.

"Inicialmente, sem a elevação de PIS/Cofins, a gente estava até com projeção de queda dos preços dos combustíveis neste ano", pontuou Vitto à Reuters.

Além das altas nos impostos, os valores dos combustíveis têm sofrido impacto de movimentos da Petrobras, que elevou em 7,82 por cento os preços da gasolina vendida às distribuidoras ao longo de 2017 e em 9,31 por cento os do diesel.

A alta dos preços dos combustíveis da Petrobras ficou abaixo dos ganhos registrados no petróleo Brent, que registrou alta de 17 por cento em 2017.

O valor do dólar, outra variável que determina o preço dos combustíveis no Brasil, registrou alta de cerca de 2 por cento em 2017.

Os repasses dos reajustes realizados pela Petrobras, entretanto, das refinarias para as bombas, dependem das estratégias e do comportamento de distribuidoras de combustíveis e dos postos.

O etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, encerrou 2017 com uma alta de 2,4 por cento ante a última semana de 2016, para 2,912 reais por litro.

Movimentos da Petrobras

A política de preços da Petrobras segue um novo direcionamento já em vigor desde o fim de 2016, quando a empresa publicou que praticaria reajustes mais constantes, seguindo a lógica de preços internacionais em busca de rentabilidade, depois de ter amargado prejuízo em anos anteriores, com o controle governamental dos preços.

Em meados de 2017, passou a reajustar valores quase que diariamente, após confirmar uma perda de mercado para concorrentes, tornando seus movimentos mais flexíveis.

Para lidar com a crescente concorrência, as margens praticadas pela petroleira estatal ao longo de 2017 foram inferiores as registradas em 2016, segundo Vitto. Isso limitou maiores altas de preços no ano passado.

"Ao longo de 2016, ela (a Petrobras) praticou margens muito altas, visando recuperar perdas da política em anos anteriores... Ao longo de 2017, essas margens em geral continuaram positivas..., mas de modo geral, se comparar com o ano anterior, essas margens caíram", afirmou Vitto.

A abertura do mercado permitiu um forte crescimento das importações, em um mercado de distribuição dominado por empresas como Raízen, dos grupos Cosan e Shell, a Ipiranga, da Ultrapar UGPA3.SA, e a própria BR Distribuidora, da Petrobras, líder no segmento que tem liberdade para comprar de outras companhias, se for mais lucrativo.

Em entrevista recente à Reuters, o gerente-executivo de Marketing e Comercialização da Petrobras, Guilherme França, explicou que os concorrentes da empresa vieram ganhando competitividade desde que a estatal inaugurou a nova política.

Segundo a pesquisadora da FGV Energia Fernanda Delgado, por um lado, a nova política é acertada, uma vez que demonstra que os preços dos combustíveis flutuam de acordo com o mercado internacional --atraindo possíveis investidores para o downstream brasileiro-- e não de acordo com um tabelamento ou congelamento de preços do governo.

"Por outro, as constantes variações internacionais, influenciadas por múltiplos motivos, torna a variação constante", afirmou Fernanda, em uma nota publicada nesta quinta-feira, citando como exemplo de motivos para variações de preços tensões no Oriente Médio, movimentos da Opep, dentre outros.

Segundo a pesquisadora, "como o petróleo está com tendência de alta no mercado internacional, os combustíveis líquidos acompanham a tendência de alta no Brasil também".

Apesar das altas sucessivas dos preços de gasolina e diesel, as vendas de combustíveis deverão registrar neste ano uma leve alta ante o ano anterior, após duas quedas consecutivas, com a ajuda de uma recuperação da economia brasileira, segundo avaliou anteriormente o diretor da ANP, Aurelio Amaral.

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